Jardim prometeu sair em Janeiro agora admite ficar até ao fim do mandato
Governante quer passagem de testemunho sem eleições regionais antecipadas.
Jardim tinha anunciado no último congresso do PSD que sairia do governo em Janeiro de 2015 dando o lugar ao seu sucessor da liderança do partido que será eleito em Dezembro próximo. Mas este sábado, no encontro de autarcas sociais-democratas de Machico, manifestou-se disposto a continuar no poder, onde está mais de 36 anos.
“Saio de presidente do PSD em Dezembro deste ano, já tenho 71 anos. O problema do governo vai ser os novos dirigentes. O senhor Presidente da República parece que não quer reconduzir nenhum outro presidente do governo sem eleições antecipadas. Portanto, estou aqui com um dilema: se o novo presidente do partido não quiser eleições antecipadas, terei que fazer o mandato até ao final de 2015”, concluiu o presidente do PSD/Madeira. Na opinião de Jardim, a convocação de eleições antecipadas “seria um erro e uma idiotice”.
O chefe do executivo madeirense revelou que iria abordar este assunto numa próxima audiência com Cavaco Silva. “Entendo que o regime político da Madeira é parlamentar. A confiança dos governos depende da Assembleia Legislativa. Por isso, não vejo mal nenhum e nada anti-democrático que o novo líder do partido – eleito em Dezembro - não possa tomar em Janeiro posse do cargo de presidente do Governo Regional se tiver a confiança da maioria da assembleia”, sustentou.
Até ao momento seis dirigentes do PSD regional manifestaram a sus disponibilidade para se candidatarem à liderança do partido na região. Depois de Miguel Albuquerque, ex-presidente da câmara do Funchal e o único que enfrentou Jardim em eleições directas (perdendo com uma surpreendente votação de 49 contra 51%, em Novembro de 2012), lançaram-se também na corrida João Cunha e Silva, vice-presidente do governo, Manuel António Correia, secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais, Miguel de Sousa, vice-presidente da Assembleia regional, e Sérgio Marques, ex-eurodeputado. Jaime Ramos, secretário-geral do PSD-M, está a recolher as necessárias assinaturas de militantes a propor a sua candidatura.