Os arquitectos foram distinguidos na categoria Ascensores Enor de Portugal, numa cerimónia que decorreu em Vigo, Espanha, tendo recebido um prémio pecuniário de quatro mil euros.
A dupla José Maria Cumbre e Nuno Sousa Caetano (com 31 e 33 anos, respectivamente) integraram um conjunto de 69 projectos portugueses a concurso nesta quinta edição dos prémios, tendo chegado seis à final.
Em declarações aos jornalistas no final da cerimónia, o arquitecto José Maria Cumbre explicou que o Bar no Jardim 9 de Abril "é um espaço que procura não constituir uma barreira entre aquilo que é o jardim e as vistas que se estabelecem a partir" daquele local.
"Procura ser parte do jardim e da vista, no entanto, criando um espaço de estar que é ambíguo entre o exterior e o interior. Basicamente procura, através da sua impermeabilidade, transparência e leveza, não constituir uma barreira visual ao Jardim 9 de Abril", descreveu.
Questionado pelos jornalistas sobre a forma de fazer arquitectura em tempos de crise, o jovem arquitecto foi peremptório: "esforço, dedicação e o amor enorme à profissão, contando com uma equipa de colaboradores que também pensam da mesma maneira".
Na opinião de José Maria Cumbre, "os momentos de crise criam um espaço de enorme reflexão, não só na vida profissional como na vida pessoal", antecipando que irão surgir "novas estratégias, novas lógicas conceptuais e de projectar".
Para o jovem arquitecto, "é uma enorme honra" ver o trabalho do seu gabinete "reconhecido", salientando a satisfação em "perceber que é possível conseguir fazer-se arquitectura de uma forma bastante cuidada e rigorosa, mesmo tendo um atelier de dimensões tão reduzidas".
"É bom poder partilhar o nosso trabalho e vê-lo ser reconhecido no meio de tantos arquitectos cujos trabalhos são de tanta importância e qualidade, como é o caso de Eduardo Souto de Moura, que foi aqui homenageado", sublinhou.
Eduardo Souto de Moura, Prémio Pritzker 2011, foi distinguido com o galardão de Mérito e Excelência na quinta edição dos Prémios de Arquitectura Ascensores Enor.
Nas outras categorias, o vencedor do Grande Prémio de Ascensores Enor foi o arquitecto espanhol Juan Domingo Santos, com a obra do Museu da Água, em Granada.
No caso de Madrid, a distinção foi para o edifício dos laboratórios químicos e o campus externo da Universidade de Alcalá de Henares, em Madrid, projeto do arquiteto Hector Fernández Elorza.
Para o júri, a melhor obra arquitectónica da Galiza foi o Parque Arqueológico de Arte Rupestre, do atelier RVR e, no caso de Castela e Leão distinguiram as salas de aula da Faculdade de Biologia e Ciências Ambientais da Universidade de León, do atelier de arquitectura espanhol DMG.
O galardão da melhor obra de arquitectura jovem foi para o Ginasio 704, em Barcelona, da autoria de David Lorente, Josep Ricart, Xavier Ros e Roger Tudó.