As nossas escolhas para a próxima temporada da Gulbenkian

A nossa crítica de música erudita Cristina Fernandes olhou para a temporada anunciada pela fundação e escolheu os espectáculos a ver.

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A violinista Alina Ibragimova DR
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O pianista András Schiff com o agrupamento Cappella Andrea Barca Priska Ketterer
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O pianista Danil Trifonov Dario Acosta
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“The Night Dances” Marthe Lemelle
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A orquestra barroca Il Pomo d’Oro DR
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"Macbeth": Owen Metsileng (Macbeth) e Nobulumko Mngxekeza (Lady Macbeth) Morne van Zyl & Brett Bailey
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Orquestra Juvenil Gustav Mahler Márcia Lessa
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O maestro Paul McCreesh DR

Coro e Orquestra Gulbenkian
Coro da Academia de Santa Cecília
Tatiana Pavlovskaya, John Mark Ainsley, Hanno Müller-Brachmann (cantores solistas), Paul McCreesh (direcção)
2 e 3 de Outubro

Num ano em que o Coro Gulbenkian estará em primeiro plano devido  à comemoração do seu 50º aniversário, destaca-se no início da temporada a interpretação do “War Requiem”, de Britten. Estreado em 1962 e considerado o mais comovente manifesto pacifista da música ocidental, denuncia o horror absurdo da guerra através da combinação do texto da “Missa pro Defunctis” com poemas de uma das vítimas, o jovem Wilfred Owen, falecido nas trincheiras da I Guerra Mundial. C.F.

“Macbeth”, de Verdi/Frabrizio Cassol
Third World Bunfight, Brett Bailey (encenação e direcção), Premil Petrovic (maestro), No Borders Orchestra
22 e 23 de Outubro (Teatro Maria Matos)

O habitual ciclo Teatro/Música, organizado em colaboração com o Maria Matos é reduzido a quatro propostas, das quais merece destaque a leitura que o sul-africano Brett Bailey faz de “Macbeth”, a ópera de Verdi, adaptada por Fabrizio Cassol, habitual colaborador de Alain Platel. Remontagem de um espectáculo de 2002 estreado em Bruxelas há um mês, observa, como sempre em Bailey, as extensões da perversidade humana e as relações entre África e a Europa num contexto pós-colonial. Agora, a guerra no Congo serve para que, numa inversão de poder, as vítimas sejam os torturadores, recusando aquilo a que Bailey chama apagamento da “memória decrépita de um tempo passado”. O ciclo inclui ainda o regresso de Jonathan Burrows e Matteo Fargion que já passaram por vários teatros e festivais em Portugal com os seus duetos entre a coreografia e filosofia.
T.B.C.

Sonia Wieder-Atherton (violoncelo)
Charlotte Rampling (narradora)
24 e 26 de Outubro.

Conhecida pelas suas tentativas de renovação do ritual do concerto, recorrendo à encenação e ao diálogo com outras artes, a violoncelista francesa Sonia Wieder-Atherton traz à Gulbenkian dois concertos encenados: “The Night Dances”, que combina poemas de Sylvia Plath com Suites para Violoncelo de Britten, e “Odisseia para violoncelo e coro imaginário”, no qual evoca a representação de uma mulher solitária que que fala, grita e sussurra com a voz do seu violoncelo através da música de Aperghis, J. S. Bach, Granados, Prokofiev, Bellini e Schumann. C.F.

Alina Ibragimova (violino)
Sonatas e Partitas de J. S. Bach
10 de Dezembro

Detentora de numerosos prémios e de uma diversificada discografia, a jovem russa Alina Ibragimova é uma das actuais estrelas internacionais do violino. A sua gravação das Sonatas e Partitas, de J. S. Bach, na Hyperion, foi amplamente aclamada pela crítica, mostrando uma artista sensível às questões de estilo, mas ao mesmo tempo dotada de grande carisma e espontaneidade expressiva. C.F.


András Schiff (piano)
Cappella Andrea Barca
Últimas Sonatas e música de câmara
4, 21 e 22 de Jan., 8 de Fev. e 24 de Março

Ao longo de seis concertos será possível acompanhar a arte de András Schiff em diversas vertentes que contemplam repertórios centrais na sua carreira, nomeadamente as obras do Classicismo e do período inicial do Romantismo. Pianista de técnica límpida e notável depuração estilística, Schiff dedica três recitais a solo às últimas Sonatas de Haydn, Mozart, Beethoven e Schubert, programa ambicioso mas decerto à altura da maturidade deste grande intérprete húngaro. Apresenta-se ainda com o agrupamento Cappella Andrea Barca, que fundou em 1999 em obras de câmara de Mozart, Schubert e Dvorák e na interpretação de Concertos para Piano de Mozart (nº 22) e de Beethoven (nº1). C.F.

Daniil Trifonov (piano)
Obras de Liszt e Beethoven
4 de Fevereiro

Vencedor do prestigiado Concurso Tchaikovsky de Moscovo, em 2011, o jovem pianista russo Daniil Trifonov (n. 1991) tem feito sensação na cena musical internacional. Nesta sua primeira actuação na Gulbenkian apresenta um programa de enorme exigência que porá em destaque o seu estonteante virtuosismo e que inclui a Sonata op. 111, de Beethoven, e os “Estudos de Execução Transcendental”, de Liszt. Mas o ciclo de piano da Gulbenkian, o mais forte da temporada, inclui outros pianistas de primeiro nível a ter em conta como é o caso de Pierre-Laurent Aimard, Mitsuko Uchida, Grigory Sokolov, Radu Lupu e Murray Perahia. C.F.

Orquestra Juvenil Gustav Mahler
Leo McFall e Jonathan Nott (direcção)
28 e 31 de Março, 4 de Abril

Visita assídua na Gulbenkian nos últimos anos, a Orquestra Juvenil Gustav Mahler, fundada em 1986 por Claudio Abbado, surpreende sempre pela sua elevadíssima qualidade técnica e artística e pela paixão por fazer música que transmite. Entre os três programas agendado para 2015 salienta-se a interpretação da fascinante ópera “O Castelo de Barba Azul”, de Bartók, e da imponente Sinfonia nº2, “Ressurreição”, de Mahler, em conjunto com o Coro Gulbenkian. C.F.


Il Pomo d’Oro
Dimitry Sinkovsky (violino)
Obras de Vivaldi e D. Scarlatti/Charles Avison
Grande Auditório, 12 de Abril

A orquestra barroca Il Pomo d’Oro é de criação recente (foi fundada em 2012), mas já alcançou vários sucessos, incluindo um premiado disco dedicado a Vivaldi (“Per l’Imperatore”) e as gravações com os contratenores Max Emanuel Cencic, Franco Fagioli e Xavier Sabata, sob a direcção de Riccardo Minasi. Este é um dos poucos concertos do Ciclo de Música Antiga, que continua a ignorar a música anterior ao Barroco e este ano surge inexplicavelmente ainda mais reduzido. Os restantes concertos, também dignos de nota, incluem a oratória “Gioas, Re di Giuda”, de Pedro António Avondando, pelo Divino Sospiro, e o programa “Terpsicore ou Os Carácteres da Dança” pelo Ludovice Ensemble. C.F.

 

 

 

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