Primeiro-ministro anunciou solução a "breve prazo" para o Douro
Pedro Passos Coelho, que falava no decorrer de uma visita às novas instalações da empresa Gran Cuz, no concelho de Alijó, disse conhecer as preocupações da fileira dos vinhos do Douro e Porto e garantiu uma solução a breve prazo.
Antes, Jorge Dias, responsável da Gran Cruz, falou em nome das empresas de vinho do Porto e lembrou as reivindicações do sector para uma alteração dos estatutos do IVDP com vista a uma maior autonomia financeira e jurídica para este instituto, ao qual, nos últimos anos, o Governo tem retirado verbas.
O orçamento do IVDP é exclusivamente pago pelas taxas pagas pelo sector e as empresas defendem que deveria ser aplicado na promoção.
“Eu conheço esse conjunto de preocupações e tenho mostrado abertura para que possamos, no âmbito do processo de reforma do Estado responder a algumas dessas preocupações”, afirmou Passos Coelho.
De acordo com o governante, “sem prejuízo da função reguladora e certificadora que cabe ao Estado, permitir que todo o esforço de promoção desta zona e desta fileira possa ser realizado pelas entidades privadas com mais autonomia e liberdade”.
“Não temos em princípio nada a opor a esse objectivo. Esperamos que a forma como a solução que vamos encontrar e que está já em fase final de estudo ao nível do Conselho de Ministros para a Casa do Douro possa permitir uma solução que seja quase simultânea”, adiantou ainda.
A Casa do Douro, organismo que representa a produção no Douro, vive asfixiada com uma dívida que ultrapassa os 100 milhões de euros.
Recentemente o Governo anunciou que está a ser trabalhada uma solução para este organismo, a nível do Conselho de Ministros, que passará pela revisão dos estatutos e o pagamento da dívida.
A Casa do Douro é uma instituição privada mas de inscrição obrigatória para os viticultores durienses.
A Gran Cruz investiu 14 milhões de euros na construção de duas adegas e de um centro logístico de armazenamento. Segundo Jorge Dias, a adega de grandes volumes permitirá vinificar cerca de seis mil toneladas de uvas de 1200 viticultores dos concelhos de Alijó, Murça, Sabrosa, Carrazeda de Ansiães e Vila Flor. Este investimento permitirá concentrar todo ao armazenamento de vinhos e aguardentes, bem como as operações de tratamento desses vinhos.