Desemprego entre os jovens europeus não descerá abaixo dos 17% antes de 2016

Em Portugal, o desemprego já afecta mais de 35% dos jovens, segundo o relatório da Organização Internacional do Trabalho Uma Geração em Risco.

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Na União Europeia, só Espanha e Grécia têm taxas de desemprego jovem acima de Portugal Adriano Miranda

Sintomaticamente designado Uma Geração em Risco, o relatório de 161 páginas arranca com a sentença: “Não é fácil ser jovem no actual mercado de trabalho”. Percebe-se porquê: 73 milhões de jovens (15-24 anos de idade) em todo o mundo estão desempregados. Dá uma taxa global de 12,6%. Na soma da União Europeia e países desenvolvidos, o desemprego jovem aumentou 24,9% entre 2008 e 2012. Na prática, mais dois milhões de jovens ficaram desempregados. 

Actualmente, naquela região do globo, o desemprego afecta 18,1% dos jovens, a taxa mais alta dos últimos 20 anos. E mesmo entre os que trabalham, no que à Europa diz respeito, 25% fazem-no em regime de part-time forçado e 40,5% com contratos temporários.

Na análise dos diferentes países há, claro, fortíssimas disparidades a assinalar: entre os portugueses, a taxa de desemprego jovem já ultrapassa os 35%, segundo o relatório. Acima disso, só a Espanha e a Grécia (acima dos 50%).

De acordo com as projecções citadas pela OIT, a taxa de desemprego jovem “não descerá abaixo dos 17% antes de 2016” nos países desenvolvidos, União Europeia incluída. Não surpreende, por isso, que cada vez mais jovens estejam a desistir de procurar emprego. Se à taxa de desemprego somarmos aquilo a que a OIT chama “a taxa de desânimo”, o desemprego jovem no mundo desenvolvido sobe dos 18,1% para os 21,2%. 

As consequências a longo prazo serão tanto mais fundas quanto mais tempo durar esta crise de emprego entre os jovens. A OIT refere um estudo que demonstrou que, nos Estados Unidos, cada aumento de um ponto percentual na taxa de desemprego entre os jovens resultou numa diminuição de entre 6 a 7% na taxa de licenciatura.

 

 
 

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