Na comunicação que levou à cerimónia, Clara Gonçalves, assessora executiva do Uptec, lembrou que Portugal “é o segundo país mais centralizado da Europa e que isto não tem contribuído para o desenvolvimento regional”. E alertou que 20% dos jovens mais graduados pela Universidade do Porto estão a rumar ao estrangeiro. “Estamos a criar talento, mas não o conseguimos manter connosco”.

À margem da cerimónia, Clara Gonçalves disse ao PÚBLICO esperar que o mediatismo deste prémio ajude o Uptec a garantir que continuará a ser apoiado pelo próximo Quadro Comunitário de Apoio. “É um projecto que tende a ser sustentável, mas a Universidade do Porto fez um investimento enorme e os negócios gerados pelo Uptec são bem mais interessantes para o país, por via dos impostos, do que para a instituição”, notou.

Além da administração central, o Uptec também espera conquistar toda a Região Norte com este prémio. “A região deve capitalizar isto. A Universidade do Porto tem um papel fundamental, mas o Uptec só terá sucesso com o envolvimento de toda a gente, em grande sintonia”, defendeu.

A assessora executiva do Uptec disse ainda entender o prémio, que distingue políticas públicas de desenvolvimento regional através de projectos inovadores com financiamento comunitário, como uma forma de validar o projecto do Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto como exemplo de “boa gestão de dinheiros públicos”.

Também presente na cerimónia, o vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, Carlos Neves, declarou que o RegioStars atribuído ao Uptec representa o reconhecimento europeu do mérito da política de desenvolvimento adoptada na região há vários anos. “Não nascemos agora para o Crescimento Inteligente; há mais de sete anos que temos como aposta prioritária a conversão do conhecimento, da Universidade, em valor, nas empresas”.

Notícia corrigida dia 1/2/2013, às 10h00. Onde se lia "2010", lê-se "2020". O nome de "Clara Gonçalves" estava mal escrito. As nossas desculpas à visada.