Do espólio, que passará a ficar à guarda do Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea, constam “correspondência recebida, rascunhos de cartas enviadas, manuscritos de textos da sua vasta colaboração dispersa em publicações periódicas, textos de conferências, documentos biográficos e projetos e/ou versões de textos de ficção”, segundo uma nota divulgada à imprensa pela BNP.
Fernando Namora, falecido aos 69 anos em 1989, em Lisboa, foi autor de dezenas de títulos, entre eles, “Os Clandestinos”, “Rio Triste” e “O Trigo e o Joio”.
Segundo a mesma nota, Namora é um “autor incontornável no âmbito de História da Literatura Portuguesa, várias vezes premiado e o prosador português mais traduzido em todo o mundo em meados do século XX”.
Natural de Condeixa-a-Nova, Fernando Namora assinou romances, contos, novelas, crónica e poesia.
“Ficcionista de reconhecido mérito viu várias das suas obras em sucessivas edições, algumas das quais refundiu e ampliou e viu adaptadas ao cinema e a televisão”, segundo nota da BNP.
Médico, Fernando Namora (1919-1989) estreou-se no romance em 1938, com “As Sete Partidas do mundo”, tendo recebido pela obra o Prémio Almeida Garrett.
Em 1943 publicou “Fogo na Noite Escura” e dois anos depois “Casa da Malta”, novela escrita em oito dias. No ano seguinte escreveu “Minas de San Francisco”.
A experiência como médico é notada na sua obra literária em que “são reconhecíveis quatro ciclos: o da fase de estudante, em que retrata nas suas obras a vida estudantil no liceu e universidade e durante o qual integra o grupo do ‘Novo Cancioneiro’; o ciclo ‘rural’, em que se consagra como romancista e novelista; o ‘urbano’, marcado pelos romances ‘O Homem Disfarçado’ e ‘Domingo à Tarde’; e o dos ‘Cadernos de um Escritor’ influenciados pelas viagens, pelo contacto com outras culturas e outros intelectuais e escritores”, segundo a mesma nota.
Além de escritor e médico, Fernando Namora foi também pintor.