Poeta Fernando Echevarría vence Prémio Sophia de Mello Breyner Andresen

Foto
Obra Inacabada reúne a produção poética de Fernando Echevarría nos últimos 50 anos Adriano Miranda/PÚBLICO

Este prémio bienal, instituído em 2005 pela autarquia em colaboração com a Associação Portuguesa de Escritores (APE), tem por objectivo galardoar uma obra que reúna a totalidade dos livros de poesia de autor português.

Na primeira edição foi distinguida a antologia "O Poeta na Rua", de António Ramos Rosa.

"Relevando o mérito de uma significativa parte" das obras a concurso, "da autoria de personalidades maiores da literatura portuguesa no presente", o júri decidiu, por unanimidade, atribuir o prémio a "Obra Inacabada", tendo em conta a "alta qualidade" do percurso que os livros inseridos na antologia exprimem.

O júri foi constituído pelos professores José Manuel Mendes e Carlos Sousa, da APE, e pelo presidente da Câmara de S. João da Madeira, Castro Almeida.

O autor da obra vencedora recebe um prémio monetário de dez mil euros, um dos mais elevados no país neste género de iniciativas.

Publicada pelas Edições Afrontamento, "Obra Inacabada" reúne a produção poética de Fernando Echevarría nos últimos 50 anos, revelando - segundo o júri - uma "poética marcada por uma tensão equilibradora entre tradição e ruptura e pelo trabalho de linguagem, nunca em definitivo adquirido, que capta a multiplicidade dos temas, instantes e interrogações existenciais".

Filho de pai português e mãe espanhola, Fernando Echevarría nasceu em Cabezón de la Sal (Santander, Espanha) em 1929 e veio para Portugal aos dois anos para, mais tarde, voltar a Espanha a fim de estudar Filosofia e Teologia.

Regressou a Portugal em 1953, tendo entretanto vivido exilado em Paris e Argel.

O poeta foi recentemente condecorado pelo Presidente da República com a Ordem do Infante D. Henrique.