Togo: três mortos em manifestação contra investidura de Faure Gnassingbé

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Em resposta a um apelo da oposição, pelo menos três mil pessoas vieram para as ruas em protesto Schalk van Zuydam/EPA

Um primeiro balanço do Ministério do Interior togolês dava conta de que duas pessoas tinham morrido e quatro outras, incluindo dois polícias, sofrido ferimentos graves durante a manifestação.

Em resposta a um apelo de seis partidos da oposição, pelo menos três mil pessoas vieram para as ruas do bairro de Bé, bastião da oposição na capital, apesar da interdição a todo o tipo de protestos públicos imposta pelas autoridades.

A manifestação foi alvo da repressão das forças de ordem que recorreram a granadas de gás lacrimogéneo para dispersar a multidão. "Manifestantes sobreexcitados montaram uma barreira de controlo, molestaram agentes de segurança e tentaram tomar as suas armas", pode ler-se num comunciado assinado pelo ministro do Interior, Akila Esso Boko, a explicar o que alegadamente aconteceu.

A mesma nota sublinha que, "em circunstâncias de legítima defesa, dois agentes de segurança fizeram uso das suas armas e dispararam para se protegerem". "Esses tiros fizeram infelizmente três mortos, dois deles no local da manifestação e um no hospital", continua Esso Boko, indicando que existem ainda três feridos graves, dois deles agentes de segurança.

No seu comunicado, o Ministério do Interior convida "os actores políticos a uma maior contenção e ao respeito do quadro legal de exercício de liberdades públicas, no sentido de abrir perspectivas políticas mais benéficas para o povo togolês".

Após a morte do Presidente Gnassingbé Eyadéma, no passado sábado, o Exército togolês entregou o poder a Faure Gnassingbé, um dos filhos do chefe de Estado. O gesto provocou uma onda de protestos, já que a Constituição do país previa que fosse o presidente da Assembleia Nacional a suceder ao chefe de Estado.

Face aos protestos, o Parlamento reuniu-se de emergência para alterar a Constituição e designar Faure Gnassingbé como presidente da Assembleia Nacional, o que lhe permitiu assumir a chefia do Estado.

O processo recebeu fortes críticas da comunidade internacional, nomeadamente da União Europeia e da União Africana. Esta última ameaçou impôr sanções ao Togo se "a legalidade constitucional" não for rapidamente resposta no país.

Faure Gnassingbé já reagiu aos incidentes de hoje, condenando "energicamente" os actos de violência ocorridos e ordenando a "abertura de um inquérito imediato".

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