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Adeus Boeing 747: a "Rainha dos Céus" foi descontinuada
Depois de 54 anos e mais de 1500 exemplares fabricados, a Boeing entregou o último modelo do 747, o avião que ficou conhecido como "Rainha dos Céus".
A operação durou 54 anos, mas terminou no último dia de Janeiro. A Boeing encerrou a produção do 747, modelo que ficou conhecido como a "Rainha dos Céus" e o último avião a sair da fábrica na região de Seattle foi entregue à transportadora de cargas Atlas Air (a Boeing vendeu o último 747 de passageiros à Korean Air em 2017).
Joe Sutter foi o engenheiro que liderou a equipa que lançou este jacto revolucionário, na década de 1960, adequado a viagens de longa distância, com o seu corredor duplo, um andar superior, compartimentos luxuosos, entretenimento a bordo, cauda com a altura de um prédio de seis andares e capacidade, na sua versão maior, para transportar mais de 500 passageiros.
A sua construção envolveu 50 mil pessoas, de mecânicos a administradores, só nos primeiros 28 meses. Esses funcionários ficaram conhecidos como os "Incríveis" e foram homenageados durante a entrega do último exemplar da aeronave.
"Este dia monumental é um testemunho das gerações de funcionários da Boeing que deram vida ao avião que 'encolheu o mundo' e revolucionou as viagens e a carga aérea", disse Stan Deal, presidente e director executivo da Boeing Commercial.
A empresa emitiu uma nota na qual explicava que ao todo foram fabricados 1574 Boeing 747 que incluíram versões de passageiros, carga e até edições modificadas como o Força Aérea Um (Air Force One), o avião presidencial dos EUA. Também houve edições especiais para possibilitar que fossem acopladas naves espaciais, como a Endeavour. As entregas foram feitas a mais de 100 clientes ao longo dos anos.
A apresentação oficial deste avião aconteceu no Paris Air Show em 1969. "O 747 democratizou as viagens aéreas”, disse Michel Lombardi historiador da Boeing. “Encolheu o mundo.” Agora, tantas décadas depois, a crise climática e a necessidade de usar aviões mais pequenos capazes de voar com energias limpas ditam, 54 anos depois, o fim do Boeing 747. Mas a empresa não acaba aqui e os 358 aviões que estão em circulação continuarão a voar (44 para transportar passageiros e 314 para servir de cargueiros).