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Quatro dias a pedalar (e a voar) pelo Norte mais a Norte de Portugal
Diogo Tavares pegou na bicicleta e no drone e percorreu 400 quilómetros entre Paradela e Caminha — e deparou-se com a "amplitude" e uma quase indescritível "sensação de infinito".
Pelo Norte mais a Norte de Portugal. Diogo Tavares foi por aí, pela raia, desde Paradela, onde o rio Douro encontra Portugal, até Caminha, e deparou-se com a "amplitude" e uma quase indescritível "sensação de infinito" que traçou através de uma série de fotografias partilhadas em forma de diário na sua conta de Instagram.
"Todos os anos guardo uma viagem a solo para estar comigo, para sentir o silêncio do monte e apanhar ar na cara ao ritmo que tiver que ser. Pelo andar da carruagem, estava a ver que ia falhar 2021. Mas não. O universo lá se alinhou", conta à Fugas o nómada ciclista "de volta aos espaços abertos" e "a sugar as nesgas de sol" de quatro dias — com direito a parêntesis para a passagem de ano nas selvagens serras de Soajo, onde se sente em casa e onde sonha ter um refúgio — de "lindíssimas" estradas regionais ("onde passam no máximo cinco carros por dia"), "florestas densas de castanheiros com séculos e séculos", "manchas de árvores despidas com folhas caídas no chão", dias pequenos de "paisagens dramáticas" de pouca luz, de pouco sol e de muita chuva. "E é bom que chova", sublinha Diogo, que testemunhou a emersão da aldeia fantasma de Aceredo nas águas do Lima.
A linha que traçou teve sobretudo em conta pessoas que lhe dizem muito. No Noroeste visitou a "querida Cláudia", em Soajo o "grande amigo Casanova" e fez desvios para dizer olá à Luísa, à Ana, à Teresa, à Joana, e ao Yassine. "É uma grande família", sorri o líder de viagens pela Landescape (Guatemala e, em breve, Nepal) que já conhecia o Norte mais a Norte, mas de uma forma breve. Desta vez, a velocidade da bicicleta (Sfarrapa Jerónimo Cycles) e a solidão a pedalar permitiram-lhe estar "mais atento e sensível" e "absorver mais intensamente" o território durante quatro dias "exigentes".
Muito entusiasmado com o trajecto, Diogo, que nos últimos anos andou mais pelos caminhos de Portugal (desenhou os percursos Nordeste Burriqueiro, Da Gardunha ao Açor e Trilho da Transumância), quer agora adaptar mais esta experiência a uma aventura em família — com crianças. Como tem que ser, a pedalar e a parar pelo caminho.