Onda de muco marinho na costa da Turquia ameaça ecossistemas — e a culpa é da acção humana

Uma camada espessa e pegajosa de muco marinho está a alastrar-se na costa da Turquia, em consequência da poluição e alterações climáticas, e pode devastar a vida marinha.

REUTERS/Umit Bektas
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As alterações climáticas, o aumento da temperatura da água do mar e a poluição causada por descargas de esgotos da cidade estão na origem da proliferação desta matéria orgânica, cinzenta e pegajosa, denominada muco marinho.

O muco começou a cobrir o Mar de Mármara, na Turquia, em Dezembro de 2020, resultado do excesso de produção de fitoplâncton, e está a devastar o ecossistema e a pôr em risco a indústria piscatória. Esta goma acumula-se nas redes de pesca e torna-as tão pesadas que, muitas vezes, se partem ou perdem.

O ministro do Ambiente e Planeamento Urbano da Turquia, Murat Kurum, reconheceu que o muco marinho era um problema sério e garantiu que o Governo planeia tornar todo o Mar de Mármara numa área protegida, adoptar estratégias para reduzir a poluição e melhorar o tratamento das águas residuais de cidades costeiras e navios.

Também Recep Tayyip Erdogan, presidente turco, atribui a culpa deste “flagelo”, como o descreve, ao despejo de águas não tratadas de cidades como Istambul, com 16 milhões de habitantes.

Mergulhadores e investigadores têm registado mortes de animais em massa e afirmam que os corais estão totalmente cobertos desta matéria orgânica, muitas vezes fatal, que expele uma espuma castanha até à superfície.

“A crise no Mar de Mármara é o resultado da acção humana. É consequência da produção de lixo doméstico e poluição”, afirmou o realizador Tahsin Ceylan, a trabalhar num documentário sobre o impacto do muco marinho, citado pela Reuters. “A única coisa a fazer é não atirar lixo para o mar. Acho que a natureza não merece isto.”

Levent Artuz, biólogo marinho, avisou que os problemas ambientais continuarão, caso não exista uma mudança no comportamento das pessoas. “Enquanto mantivermos as mesmas práticas, não faz sentido esperarmos resultados diferentes. Vamos continuar a assistir a desastres como este.”

Segundo a população local, o problema não é novo e não é noticiado ou resolvido há mais de uma década, embora este seja o pior ano que recordam.

REUTERS/Umit Bektas
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