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Cruzeiro Seixas em 25 obras
A Fundação Cupertino de Miranda, que alberga o Centro Português do Surrealismo, e todo o acervo de Cruzeiro Seixas, lamenta que o artista tenha morrido sem “poder ver em vida” aquela que era a “exposição que representava a concretização de um sonho”, uma mostra individual com 80 obras, documentos e tapeçaria.
O artista plástico e poeta Artur do Cruzeiro Seixas, que morreu este domingo com 99 anos, em Lisboa, vai estar representado no próximo ano em exposições em Nova Iorque e em Paris. A Fundação Cupertino de Miranda, em Vila Nova de Famalicão, que alberga o Centro Português do Surrealismo, e todo o acervo de Cruzeiro Seixas, lamenta que o artista tenha morrido sem “poder ver em vida” aquela que era a “exposição que representava a concretização de um sonho”, uma mostra individual com 80 obras, documentos e tapeçaria, como disse à Lusa a directora, Marlene Oliveira.
Esta exposição, intitulada Cruzeiro Seixas – Teima em ser poesia, foi preparada no âmbito das comemorações do centenário de Cruzeiro Seixas e esteve para ser inaugurada no dia 5 de Maio, dia Mundial da Língua Portuguesa, na sede da UNESCO, em Paris, entretanto adiada devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19, inicialmente para o próximo dia 3 de Dezembro — data de aniversário de um dos protagonistas mais importantes do movimento surrealista em Portugal —, e depois novamente para 5 de Maio, de 2021.
Marlene Oliveira adiantou que o artista vai estar também representado no Metropolitan Museum of Art (Met), em Nova Iorque, através de uma sua “obra de referência”, emprestada pela fundação, no âmbito de uma grande exposição sobre o surrealismo internacional — “Global Surrealism” —, com inauguração prevista para 4 de Outubro de 2021.
Um curador da exposição esteve na Fundação Cupertino de Miranda, para escolher uma peça para representar o surrealismo português, e de todo o seu acervo seleccionou um objecto de Cruzeiro Seixas, uma obra de 1953, intitulada O seu olhar já não se dirige para a terra, mas tem os pés assentes nela, realizada durante o período em que o artista plástico esteve em África. Esta peça seguirá depois para a Tate Modern, em Londres, a 25 de Fevereiro de 2022.
Segundo a directora da fundação, irá ainda sair este ano no jornal PÚBLICO uma edição ilustrada por Cruzeiro Seixas do livro Eu falo em Chamas. "Vamos ter algumas exposições com alguns parceiros e vamos terminar as comemorações na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Setembro de 2021, com uma exposição individual”, acrescentou.
A Fundação Cupertino de Miranda detém, desde 1999, toda a colecção de Cruzeiro de Seixas, doada pelo próprio artista, que inclui mais de 400 obras, bem como toda a sua biblioteca e o seu arquivo, fotografias e correspondência, disse Marlene Oliveira.
A obra de Cruzeiro Seixas está representada em colecções como as do Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação Cupertino de Miranda.
Actualmente, entre as iniciativas em curso para assinalar o centenário de nascimento do artista e poeta, estão patentes exposições na Biblioteca Nacional de Portugal e na Perve Galeria, em Lisboa (até Dezembro), e a edição da obra poética de Cruzeiro Seixas, iniciada em Junho, estender-se-á até 2021.