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Há 13 anos que as águas do Douro não inundavam Porto e Gaia
Na zona de Miragaia, no Porto, a altura da água chegou aos 80 centímetros.
O Douro inundou as zonas ribeirinhas do Porto e de Gaia ao início da manhã desta sexta-feira. Na zona de Miragaia, no Porto, a altura da água chegou aos 80 centímetros.
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As inundações em zonas ribeirinhas do rio do Douro, no Porto e Vila Nova de Gaia, deverão persistir ao longo desta sexta-feira e no sábado, devido à necessidade de descargas das barragens, advertiu esta sexta-feira a Autoridade Marítima.
Em conferência de imprensa realizada numa das zonas atingidas, em Miragaia, no Porto, o comandante Cruz Martins, da Capitania do Douro, disse que, depois da preia-mar, verificada às 9h30, a maré começou a vazar. "Nessa altura, iremos incrementar a descarga de barragens porque é necessário descarregar toda a água acumulada", afirmou.
Deste modo, a nível da água – "que na zona de Miragaia atingiu 80 centímetros e é provável que chegue a um metro, antes de descer" – poderá voltar a subir. "É expectável que durante todo o dia de hoje [sexta-feira] e o dia de amanhã tenhamos situações pontuais de alagamentos nestas zonas que já estão identificadas. As populações estão prevenidas para estas ocorrências", alertou.
Cruz Martins disse que a descarga de barragens no Douro está a ser coordenada entre entidades portuguesas e espanholas e "no sentido de provocar o mínimo de inundações". "Se não houvesse esta coordenação, provavelmente o nível de água já estaria em dois ou três metros", acrescentou.
O comandante recordou que as águas do Douro não atingiam as zonas ribeirinhas destas duas cidades vizinhas desde 2006.
Situado na rua de Miragaia, o Café Mariana foi o primeiro café a ser inundado pelo rio Douro, de acordo com o proprietário, José Dantas. Quando chegou ao estabelecimento, por volta das 6:50h desta manhã de sexta-feira, a água encontrava-se com uma altura de 20 centímetros, e chegou a uma altura máxima de 60 centímetros. No início da tarde a inundação já se encontrava regularizada. Contudo, a arca frigorífica e a máquina de tabaco do café ainda continuavam na rua, ambas cobertas por panos brancos. Com o café fechado de momento, José Dantas espera reabrir o espaço a meio da próxima semana.
No Cais da Estiva, pela hora do almoço as águas já se encontravam mais calmas. Custódio Tavares, empregado no Café do Cais, quase viu a água a “subir aos pés” do espaço logo pela manhã e tinha a expectativa de não vir a ter o espaço inundado de novo, esta noite. Já no restaurante Wine Barrels, localizado atrás do Café do Cais, a água chegou quase a um metro de altura, revelaram Carlos Amarante e Pedro Martins, empregados do estabelecimento. Como esperam uma nova inundação ao início da noite, o andar de baixo encontra-se restrito aos clientes e tiraram “tudo do sítio”.
A PSP explicou que, devido à subida das águas, alguns carros foram rebocados da zona de Miragaia para o parque de estacionamento da Alfândega. No final desta tarde espera-se um reforço policial na zona, devido à previsão do aumento do nível das águas que, de acordo com a PSP, deverá ocorrer por volta das 21 horas, estando previstas assim novas inundações ao início da noite. Diana Vilas Boas e Lusa