Greve climática
A gritar ou em silêncio, Portugal saiu à rua pelo clima
Na Covilhã, 200 jovens da Universidade da Beira Interior e das escolas secundárias vestiram-se de negro em sinal de luto pelo planeta e marcharam em silêncio para exigir soluções. Nas mãos, seguravam cartazes, onde se podia ler "Ignorância mata", "O tempo de agir é agora" ou "Desculpem, estamos só a tentar salvar o planeta". Pelo caminho, até à porta da Câmara da Covilhã, alguns foram recolhendo lixo que encontraram espalhado pelo percurso, posteriormente depositado em frente ao município, para alertar para "alguma ineficiência" dos serviços camarários. "A gritar ninguém nos ouve. Vamos em silêncio para nos fazermos notar. Tem mais impacto o silêncio, se não ninguém nos ouve", explicou à agência Lusa, Daniel Pais, estudante da UBI e responsável pelo Movimento Académico de Proteção Ambiental da UBI.
Meia centena de localidades portuguesas juntaram-se esta sexta-feira, 24 de Maio, à greve global pelo clima. Em Braga, diz a Lusa, o protesto juntou 250 jovens, tal como em Setúbal, onde os manifestantes desfilaram entre o Largo José Afonso e a Praça do Bocage, em Setúbal, protesto ao qual se juntou a vereadora do Ambiente da autarquia, Carla Guerreiro. "Toda a gente tem de estar solidária com este protesto dos nossos jovens, á semelhança do que está a acontecer hoje no mundo inteiro. Para quem, às vezes, diz que os jovens não têm iniciativa nem projetos, está aqui uma iniciativa muito interessante, porque a verdade é que não há 'planeta B', disse à agência Lusa Carla Guerreiro.
Em Évora, cerca de 200 jovens participaram numa marcha lenta pelas ruas da cidade e em Ponta Delgada cerca de cem estiveram reunidos junto às Portas da Cidade, apresentando um documento que pede que se vá para além das metas estabelecidas pelos acordos internacionais.
Em Sines, um "concelho muito poluidor", centenas juntaram-se aos protestos também. Em Viseu, por seu turno, 500 alunos das escolas locais juntaram-se no Rossio, em frente à Câmara Municipal. No Porto, em declarações ao P3, a PSP estima que mais de mil jovens estejam a fazer o percurso entre a Praça da República e a Avenida dos Aliados. Em Lisboa, milhares concentraram-se na Praça do Marquês de Pombal, naquela que, diz a associação Zero, terá sido uma das "maiores manifestações por uma causa ambiental de sempre em Portugal".