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Os “falhanços” da maternidade também ficam bem na fotografia
A fotógrafa norte-americana Callie Lipkin nunca se imaginou no papel de mãe: “Nos meus 20 anos, só queria viajar pelo mundo”. “Não me cansava de absorver novas culturas, conhecer novas pessoas, observar e conhecer diferentes perspectivas perante a vida.” Depois dos 30, Callie parou de viajar para se concentrar na carreira; aos 35 teve o primeiro filho. “Senti-me como uma estudante de Erasmus: completamente fora do meu elemento, com ferramentas e aptidões linguísticas totalmente deficitárias.” Viu-se na obrigação de reaprender e adaptar-se a uma nova e frenética rotina: “Apaixonei-me por isso!”
A imersão no tema da parentalidade não é algo novo na carreira de Callie. Antes deste projecto, intitulado Mom Time, já tinha partilhado com o P3 a série fotográfica Dad Time, com enfoque nos desafios da parentalidade no masculino, nos Estados Unidos, na Islândia e em Shanghai. No final de 2017 — e até ao final de 2018 —, a mãe e fotógrafa decidiu olhar para outras progenitoras e descobrir os elementos que as unem. “Todas as mães que conheci partilham uma ligação profunda com os seus filhos”, disse ao P3, em entrevista por e-mail. “Descobri que todas partilhamos as mesmas experiências relativamente à amamentação, a desafios comportamentais, pressões sociais, escolaridade e estilo de vida. Claro que cada mãe é única, assim como as questões que valoriza, mas todas amamos os nossos filhos e lhes desejamos toda a felicidade.”
As mães que a fotógrafa de Chicago retratou foram encontradas através de amigos, das redes sociais e de recomendação de outras mães. Fotografá-las fê-la recordar que, “mesmo nos dias mais difíceis, existe muito amor à superfície da pele de todas as mães”. E confessa ter pensado bastante nesses dias difíceis aquando do desenvolvimento de Mom Time, garantindo que já cometeu “alguns falhanços”. E enumera: “Já convenci o meu bebé a usar o pote no carro, já retirei leite com uma bomba enquanto conduzia para o trabalho, já usei a casa de banho na companhia dos meus filhos.” Mas acredita que todos os momentos a ajudaram a tornar-se melhor mãe. Callie pretende, com este conjunto de imagens, “que cada mamã possa rever-se nelas” e que todos sem excepção — pais e mães e familiares — “possam deliciar-se com elas”.