Fotografia
Berlim: também há pobreza no coração de um dos países mais ricos da Europa
O frio de Dezembro pousava impiedosamente sobre o centro de Berlim quando o fotógrafo portuense Diogo Baptista estacionou a sua caravana em Alexanderplatz, uma famosa praça situada no coração da capital alemã. "Um passeio de 15 minutos foi o suficiente para ver outra realidade que por ali mora", disse ao P3, por escrito. "Apesar de a Alemanha ser uma das maiores potências mundiais, existe um número exorbitante de sem-abrigo a viver nas ruas da capital. Registei pelo menos uma dúzia de pessoas que usam esta praça como residência provisória." Diogo abeirou-se de Ian, um sem-abrigo alemão de 19 anos que vive na rua por não conseguir arranjar trabalho. "Ele contou-me que a maior parte dos sem-abrigo que dorme no centro de Berlim é natural da Polónia", o país onde Diogo estuda e reside actualmente. "Vêm para cá à procura de algo melhor", explicou Ian ao fotógrafo. Partilharam uma refeição e um cigarro num snack bar de Alexanderplatz e separaram-se. Diogo seguiria viagem, Ian dormiria na rua.
O número de pessoas sem-abrigo tem vindo a aumentar nos últimos anos em todo o país. Estima-se que, no final de 2016, 860 mil pessoas estavam sem habitação na Alemanha, o que representa um aumento de 150% em relação a 2014 — até 2018, a previsão seria que esse número ultrapassasse a casa do milhão. A falta de alojamento acessível, a crise dos refugiados e o desemprego foram algumas das razões que levaram a este cenário. De acordo com o Independent, mais de dez mil pessoas pernoitam nas ruas da capital — a maioria são alemães, mas muitos provêm do Leste da Europa, como Polónia, Roménia e Bulgária, afiança a DW.
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