Irlanda
Referendo ao aborto com grande participação. Milhares regressaram ao país de propósito
"Sim" ou "não"? Na Irlanda referenda-se, ao longo desta sexta-feira, a legalização da interrupção voluntária da gravidez.
A Irlanda continua a figurar no topo da lista dos países que possuem as leis mais restritivas da União Europeia no que toca ao aborto, acompanhada por Polónia, Malta e Chipre. Isso pode mudar nesta sexta-feira, dia em que os irlandeses são chamados a votar num referendo nacional sobre a substituição da 8.ª emenda à Constituição que, actualmente, reconhece o “direito à vida do nascituro e, com igual salvaguarda do direito à vida da progenitora”.
São 3,2 milhões de votantes, milhares a chegarem ao país vindos de outros países, de propósito para participarem neste referendo cuja capacidade de mobilização está a ser salientada por diversos órgãos de comunicação irlandeses e estrangeiros.
A participação eleitoral em algumas zonas de Dublin era de 40% às 16h30, escreve o Irish Times. Noutras zonas da Irlanda, cerca de 30% dos eleitores tinham ido às urnas, que fecham às 22h (mesma hora em Portugal continental). Antes do referendo, mais de 100 mil eleitores novos foram registados. A meio da tarde, a participação era superior ao dos últimos actos eleitorais (eleições gerais e referendo ao casamento gay), noticia a BBC.
O que está em discussão é a aprovação de legislação que permita o aborto até às 12 semanas de gravidez. Se ganhar o “sim” o aborto será legal para além das 12 semanas, mas apenas em caso de violação, incesto ou malformações fatais do feto.
O Executivo irlandês prometeu que no caso da vitória do "sim", a 8.ª emenda da constituição, que garante o direito à vida do nascituro, seria substituída por outra frase: “Diligências para a regulação da interrupção voluntária da gravidez poderão ser feitas por lei.”