Reuters
O “ano duro” da melhor fotojornalista de agência de 2017
ATENÇÃO: Esta fotogaleria contém imagens que podem ser consideradas chocantes
Os editores de fotografia do jornal inglês The Guardian elegeram a fotojornalista argelina Zohra Bensemra como a melhor fotógrafa de agência do ano. Imagens das guerras do Iraque e da Síria contra o Estado Islâmico, da seca profunda na Somália, da crise de refugiados rohingya, no Bangladesh, e das eleições no seu país de origem formam o seu corpo de trabalho de 2017, que a fotógrafa descreve como "um ano duro, cheio de guerras, desastres, abusos dos direitos humanos, crises de refugiados e fome".
Em entrevista ao Guardian, a fotojornalista da Reuters conta que coloca o seu coração em cada história que cobre. "Sinto maior conexão com as missões que me colocam em contacto com as pessoas, sobretudo quando se trata o tema da luta pelos seus direitos." De tudo o que fez este ano, Zohra destaca a história que cobriu na Somália, "que não está relacionada com a guerra, mas sim com uma criança em apuros". "Zeinab, uma bonita rapariga de 14 anos, foi forçada pela mãe a casar com um homem idoso, que lhe ofereceu mil dólares pelo seu dote. Graças a essa quantia, o seu numeroso núcleo familiar pôde mudar-se para Dollow, uma cidade somali junto à fronteira com a Etiópia, onde as organizações de ajuda internacional fornecem comida àqueles que escapam à seca. Ela salvou a vida de toda a família."
Bensemra deu início à sua carreira fotográfica na Algéria, durante a guerra civil, que decorreu entre 1991 e 2002 e que vitimou perto de 200 mil pessoas. "Fui afectada directamente, perdi amigos e familiares", explicou. "Quando, mais tarde, comecei a cobrir conflitos internacionais, descobri muitas semehanças entre aquilo que tinha experienciado na Argélia e o que viria a suceder-se. Percebi que, independentemente da nacionalidade ou religião, o ser humano é igual em toda a parte."
Esta fotogaleria da Reuters contém uma colecção retrospectiva do trabalho da fotógrafa, em 2017.