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Minimalismo japonês: viver com menos de 150 objectos

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Tatsuya Toyoda tem quatro camisas brancas idênticas, que usa durante os dias de trabalho, e dois pólos para usar nos fins-de-semana. Um prato, uma tigela de sopa, uma tigela de arroz, uma mesa, um colchão, uma almofada. "Tornei-me minimalista para poder dedicar-me às coisas que verdadeiramente gosto", disse à Reuters. "Não é que eu tivesse mais coisas do que uma pessoa normal, mas também não gostava ou valorizava tudo o que tinha." 

Fumio Sasaki era um ávido coleccionador de CD e DVD e pensava constantemente nas coisas que não tinha comprado ainda, naquilo que estava a perder. Hoje tem apenas 150 objectos e acredita que reduzir é importante. "A vida moderna é muito complexa. Vivemos sobrecarregados de informação e bens, é demasiado para um ser humano processar." Passou um ano a vender e a oferecer objectos. Saeko Kusibiki adorava fazer compras. "Estava sempre a comprar coisas. Quanto mais enchia a minha casa, mais sufocada e cansada me sentia." Depois de ler um livro sobre limpeza, decidiu desfazer-se de praticamente tudo o que tinha. "Quanto mais coisas deitava fora, menos sentia o desejo de comprar." Hoje em dia, a maioria dos produtos parecem-lhe lixo, confessa.

Quem adopta este estilo de vida tende a não regressar ao anterior. Há quem acredite que o minimalismo advém do budismo zen e da sua visão de um mundo despojado. Mas os motivos que suportam esta opção podem ser bem mais palpáveis. Durante o sismo de magnitude 9.0 que causou um tsunami e matou cerca de 20.000 pessoas, em 2011, muitos foram forçados a reavaliar o valor dos seus bens. "Trinta a 50% dos ferimentos sofridos durante um tremor de terra ocorrem devido à queda de objectos." "Nesta sala" — e Sasaki aponta circularmente para o quarto de 12 metros quadrados onde vive — "isso jamais seria uma preocupação". Ana Marques Maia