Fotografia
Alejandro Aravena: o Pritzker da arquitectura social
Alejandro Aravena, o prémio Pritzker de 2016, mostra "que a arquitectura, no seu melhor, pode melhorar a vida das pessoas". Foi com estas palavras que Tom Pritzker, filho do fundador do prémio e actual presidente da fundação, elogiou o trabalho do chileno de 48 anos, ao anunciar esta quarta-feira o vencedor da mais importante distinção do mundo da arquitectura. Conhecido pelos seus revolucionários projectos de habitação social, nos quais os residentes são estimulados a aumentar e melhorar as casas por própria iniciativa, Aravena é o director executivo do estúdio Elemental, gabinete que já desenhou mais de 2.500 habitações sociais de baixo custo, além de projectos de espaços públicos, infraestruturas e sistemas de transportes. É uma escolha significativa não apenas por se tratar de um arquitecto relativamente jovem e que não tem para apresentar um vasto conjunto de obras emblemáticas, como a generalidade dos premiados anteriores, mas também por sugerir que o júri do Pritzker terá reconhecido que o tempo das grandes estrelas mundiais da arquitectura pode estar a dar lugar, nestes anos de crise económica, ao regresso de uma arquitectura mais socialmente empenhada. “Um dos maiores erros que os arquitectos cometem é a tendência para lidarem com problemas que só interessam a outros arquitectos”, disse o próprio Aravena em entrevista ao jornal inglês "The Guardian", quando “o maior desafio é lidar com questões importantes exteriores à arquitectura – pobreza, poluição, congestionamento, segregação – e aplicar-lhes os nossos conhecimentos específicos”. O arquitecto chileno, que é também o curador deste ano da Bienal de Arquitectura de Veneza, vai receber o prémio, no valor de cem mil dólares (cerca de 72 mil euros), no próximo dia 4 de Abril, numa cerimónia que decorrerá no edifício das Nações Unidas, em Nova Iorque. LMQ e SGA
Lê o artigo completo no PÚBLICO.