Para Ana Simões, ser historiadora das ciências em Portugal é "contrariar o discurso do atraso científico português, que afasta os portugueses do seu passado e distorce a forma como olham para o presente e projectam o futuro". Já a matemática Carlota Simões procura números em todo o lado — "na música, na arte, na literatura, no canto dos pássaros". Ambas são duas faces da exposição Mulheres na Ciência, uma "homenagem" às cientistas portuguesas, como refere o texto de apresentação do Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa. Porque "Portugal é um dos países da Europa onde é maior a percentagem de mulheres que se dedicam à investigação" — 46% dos investigadores são do sexo feminino. Porque, ainda assim, há um "caminho a percorrer". Por isso, os vinte retratos, da autoria de Luísa Ferreira, têm também o objectivo de "inspirar jovens a seguir a sua vocação". A eles, nas paredes do pavilhão, vão juntar-se mais ao longo do próximo ano, até que estar cá fora o livro, em Março de 2016.