Fotografia
Camille Seaman fotografa a extinção dos icebergues
A fotógrafa americana Camille Seaman passou doze anos entre os pólos Norte e Sul e testemunhou os efeitos das alterações climáticas nos frágeis ecossistemas das regiões: forte desgelo, temperaturas amenas, maior precipitação, diferenças nos comportamentos da fauna local. Ao P3, Camille, via Skype, confessou não ser fácil estar na sua posição: "Vi com os meus próprios olhos algo que a maioria das pessoas apenas ouviu falar. Quando começo a descrever a minha experiência as pessoas sentem-se perturbadas." O livro "Melting Away" reúne imagens das suas expedições "bi-polares", como gosta de chamá-las, a bordo de cruzeiros turísticos e de navios de investigação. Em 2011, Camille abandonou os pólos terrestres e até hoje não regressou: "Existe algum romance em estar nesses locais exóticos e conhecer pessoas incríveis que são apaixonadas pelo que fazem e pelos sítios que visitam. As conversas e interacções são intensas, parece que se sente tudo com mais intensidade. Abdicar disso foi desolador, mesmo desesperante. Não sabia o que fazer. Tive de parar para recalibrar-me." Foi então que se tornou oradora da TED, o que lhe permitiu partilhar a sua experiência com um público mais amplo e sensibilizá-lo para a necessidade de mudança de hábitos e prioridades em prol da saúde do planeta. Filha de pai indígena americano e de mãe afro-americana, pode dizer-te Camille tem uma ligação especial com a terra e os fenómenos climatéricos: a sua segunda ocupação é a de "storm chaser" (caçadora de tempestades). Já publicou o seu trabalho na revista National Geographic, TIMES, New York Times, entre outras. A entrevista com Camille pode ser lida aqui.