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A “curadoria da memória” de Kalaf

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De todas as redes sociais, Kalaf prefere o Instagram. É certo que os Buraka Som Sistema devem muito ao sucesso no MySpace, mas o músico não encontrou, por exemplo, "o mesmo enquadramento profissional e engajamento com outros artistas no Facebook". A sua rede acaba por ser, então, o Instagram, uma plataforma onde pode fazer uma "curadoria de memória", conta ao P3 — tendo em conta a longevidade de dados na Internet, as fotos que tira pretendem ser uma cápsula de momentos para mais tarde revisitar. A escolha do preto e branco é como que uma consequência orgânica — as suas fotos de infância "eram todas a preto e branco", a cor chegou "muito tarde" a sua casa. É também a paleta que mais veste a "melancolia" de lembrar o que já passou. Como "protesto contra o imediatismo", o artista deixa cada foto marinar antes de ser publicada, contrariando alguns maus instintos típicos destas plataformas. E, diz, a melancolia e a tristeza também devem ter espaço nas redes sociais. Esta sexta-feira, 11 de Julho, os seus Buraka estão no Optimus Alive (Palco NOS, 00h25), num concerto que se prevê especial: é um palco que lhes é familiar e, na verdade, a íntima ligação da banda a Lisboa acaba por não se consubstanciar na quantidade de concertos dados naquela zona. Haverá surpresas, diz. Por definição, nada mais poderá ser dito sobre elas sem as sabotar.