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O tempo parou neste centro comercial abandonado. Os Yellow Jackets foram ver como era
O que antes era um ponto de encontro cheio de vida, hoje é um cenário pós-apocalíptico. Os Yellow Jackets percorreram as lojas e corredores deste centro comercial abandonado.
Imagina "percorrer o maior centro comercial da tua cidade, mas encontrá-lo vazio, silencioso, mergulhado na escuridão". Esse cenário "pós-apocalíptico", "que só parecia possível nos filmes de ficção científica", era um dos locais que os Yellow Jackets sempre sonharam visitar. "Nunca imaginámos que, em Portugal, pudesse existir um centro comercial desta dimensão completamente esquecido", dizem Ivy e Athon, que percorrem o país à procura de edifícios abandonados para fotografar.
Contam que este foi, em tempos, "um dos maiores e mais modernos shoppings do país": "Um edifício imponente de quatro pisos, com 180 lojas, três salas de cinema, uma pista de bowling e dois amplos parques de estacionamento. Foi pioneiro ao inaugurar a primeira sala de IMAX do país, com 30 lugares e um ecrã gigante de 17 metros."
"Era um espaço cheio de vida", contam. Porém, "com o encerramento do supermercado e a redução das salas de cinema, o declínio tornou-se inevitável". "A falta de afluência, aliada às rendas elevadas, levou ao encerramento de cada vez mais lojas. Quando restavam apenas 23 em funcionamento, a administração decidiu encerrar as portas definitivamente."
E agora, esse cenário parece o de um filme, daqueles em que acontece uma tragédia e todos têm de sair de repente. "Dá a sensação de que este mundo foi abandonado de um dia para o outro." Nos salões de cabeleireiro ainda há "cadeiras alinhadas e perucas penduradas, cartazes publicitários de champôs nas paredes", no ginásio ainda estão as máquinas de musculação, no consultório de oftalmologia ainda é possível encontrar os equipamentos de teste à visão e, no restaurante chinês, " as mesas continuam postas, com menus e terminais multibanco à espera de clientes que nunca mais voltarão".
Para os Yellow Jackets, esta experiência foi "arrebatadora": "Os longos corredores estão cobertos de sujidade, sem iluminação, apenas o som distante dos pombos e dos nossos próprios passos quebra o silêncio. As escadas rolantes paradas dão a impressão de estarmos num espaço onde o tempo congelou. Até a loja de Natal mantém centenas de árvores decorativas que aguardam um novo Dezembro que jamais chegará. É um verdadeiro 'centro comercial fantasma'."
O casal já fotografou um castelo da Disney abandonado em Sintra, um mosteiro reabilitado e até uma garagem abandonada com carros de corrida. Sempre com os mesmos casacos amarelos.