O “Quotidiano” dos Playmobil e da Barbie

"Violência Não É Brincadeira"
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"Violência Não É Brincadeira"

Heberth Sobral escolhe um boneco e dá-lhes um dia-a-dia. "Como uma compra corriqueira numa loja de roupas, um pulo sobre a poça de água de chuva do dia anterior ou, simplesmente, um cabelo ao evento", descreve o artista num e-mail ao P3. Na série "Quotidiano", em exibição na loja Poeira, em Lisboa, até ao final de Maio, dá vida ao mundo de fantasia das Barbies e Playmobil. "A proposta é de humanização dos bonecos, mostrar a beleza e a sofisticação da simplicidade", diz o brasileiro de 29 anos. "Simplicidade que eu valorizo desde a infância até os dias de hoje, aplicando-a nos meus trabalhos." Inspirado em pintores como Caravaggio e Monet, Heberth começou a fazer arte quase por acaso, quando foi escolhido para estagiar com o consagrado Vik Muniz. Foi com a série "Violência Não É Brincadeira" que decidiu representar em fotografia "temas caóticos da urbanidade brasileira" com bonecos Playmobil e Lego — personificam o povo, uma "vítima passiva". A ideia surgiu quando, ao ver o telejornal, reparou que as pessoas "davam risadas" mesmo "quando a notícia era prejudicial". "Notei que as pessoas achavam graça de tudo, mesmo ao sofrimento. Lembrei-me do bonequinho que tem o riso estampado no rosto como sua marca." Sobre este projecto, escreveu Vik Muniz, em 2011: "As imagens de Herberth proporcionam através do humor, a sensação de um fatalismo extremo de proporção infantil." AR

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"Quotidiano"
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