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Daniel Horta Nova: do “vício” da rua fez-se poesia

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Daniel Horta Nova tem na mão as chaves do apartamento e sonhos à espera de serem sonhados. Viveu na rua. Duas vezes caiu e duas vezes se levantou. Agora tem as chaves do apartamento na mão e a calma de quem sabe que a linha que separa a vida normal do vazio de nada ter é demasiado ténue. “Farrapos de Alma”, o livro que lançou há dias, é um grito sobre isso. Sobre a “curva inesperada” que o levou à rua. São poemas sobre os sem abrigo com quem partilhou ruas do Porto entre 2004 e 2008, para quem criou o Movimento de Apoio ao Sem Abrigo (MASA), entretanto extinto, mas com planos para se reerguer em breve. Em Outubro de 2012, o ex-jornalista de 52 anos voltou à rua, depois de o Instituto de Emprego e Formação Profissional cancelar o projecto que subsidiava e que era o único sustento de Daniel. No último meio ano viu gente chegar às ruas todos os dias. Viu que tudo estava pior. Paulo Pimenta, fotojornalista do PÚBLICO, viveu esses momentos com ele: um “despejo” súbito da Câmara Municipal do Porto, os cartazes de luta destruídos, a passagem para uma pensão, a apresentação do primeiro livro. E a chave de casa na mão, com a vida pela frente. mais no PÚBLICO