Rui Rodrigues, cores do fumo
Os cenários são cinzentos, desabitados, um "film noir" com um "critério bipolar", palavras de Rui Rodrigues, 35 anos, lisboeta e torreense, designer na Quetzal, ciclista e fumador. "Tenho um fascínio pelo falso belo, prédios em ruínas, os navios de carga do Tejo ferrugentos sujos e húmidos, comboios e linhas de comboio, pessoas, idosos na maior parte, em comportamentos sociais ou apenas à espera que o tempo passe, trabalhadores de profissões que já quase não existem, amoladores, engraxadores, peixeiras (ainda tenho esperança que voltem os ardinas), o Tejo, a luz do Tejo, a ponte 25 de abril, o Monsanto e os seus inúmeros recantos por descobrir, Lisboa toda com a sua luz única, são inúmeros os meus interesses. E nenhum com aparente ligação. E fumadores claro", contou @ruicartaxorod ao P3, que não consegue largar este vício. Rui fotografa sempre, ou quase sempre, a preto e branco. "Cores do fumo", diz. "Culpa do Bogart e dos noir's".