Amarante tropicalista
O Festival Mimo está pela primeira vez em Portugal, para dançar e ser feliz "nesse jeito".
Começou nesta sexta-feira a 13.ª edição do Festival Mimo, a primeira em Portugal. Na estreia, o festival já leva o andamento para Tom Zé, o consagrado tropicalista, que tem feito carreira com o apoio do público europeu.
Num dia que começou cedo com uma série de quatro workshops e oficinas de improviso e técnica musical, Egberto Gismonti fez o público descer ao centro de Amarante, a cidade escolhida pela organização do festival brasileiro, abrindo a série de concertos que vai percorrer a cidade até domingo.
O samba chegou mais cedo com os brasileiros (a viver em Portugal) Samba sem Fronteiras a abrirem os concerto de um festival que já percorreu as cidades de Ouro Preto, Paraty e Rio de Janeiro, carregando o estandarte da música brasileira.
Aqui dança-se, "é-se feliz nesse jeito" – como disseram os brasileiros de Samba sem Fronteiras – e Amarante vive a energia de receber um dos maiores festivais brasileiros que carrega a própria música.
A enchente no segundo dia do Festival Mimo, em Amarante, não esperou pela noite para se fazer sentir. Em plena luz do dia, a Igreja de São Pedro transformou-me no enorme palco de Custódio Castelo - feito à sua medida, muitos dizem. O guitarrista, o único no mundo a possuir e tocar uma guitarra siamesa (de um lado guitarra de Fado de Lisboa, do outro de Coimbra), percorre o seu trabalho, que o tem colocado no patamar mais alto deste instrumento em Portugal e, como de outra maneira não seria possível, no mundo.
O dia, que começou bem ritmado com os músicos de Hamilton de Holanda a ensinar a música do baile e os ensinamentos de pandeiro com o carioca Bernardo Aguiar, segue com o workshop de Pedro Burmester que decorre junto ao rio Tâmega. Foi por aqui que passou, durante a manhã, a visita guiada que percorreu a calçada do centro de Amarante, contando a sua história.
Margarida David Cardoso