Governo aprova salários mais elevados na CGD
Ministra da Presidência remeteu explicações para o ministro das Finanças.
O Governo socialista, que aprovou esta quarta-feira um decreto-lei que altera o estatuto do gestor público, ligado à administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD), remeteu mais explicações sobre o assunto para o ministro das Finanças.
"Relativamente à alteração do estatuto de gestor público, no sentido de reforçar o Conselho de Administração da CGD e dar-lhe a importância devida que tem para nós como banco público, o ministro das Finanças dará todas as explicações, da parte da tarde ou amanhã de manhã, sobre o diploma aprovado", limitou-se a afirmar a ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques.
Ladeada pelo ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, após a reunião extraordinária do Conselho de Ministros, assinalando o Dia Mundial do Ambiente (domingo), no Convento da Arrábida, Setúbal, a responsável governamental não adiantou mais pormenores.
Em causa está a não aplicação dos limites salariais a detentores de cargos de administração "designados para instituições de crédito integradas no sector empresarial do Estado, qualificadas como 'entidades supervisionadas significativas', nos termos da regulamentação do Banco Central Europeu", lê-se no comunicado do Conselho de Ministros.
O anterior estatuto do gestor público impedia que os salários de pessoas designadas para altos cargos da administração pública fossem superiores ao do primeiro-ministro. Tem sido noticiada a referida excepção a administradores de instituições de crédito do sector empresarial do Estado para respeitar as remunerações auferidas pela futura nova equipa da CGD nas anteriores ocupações profissionais.
A decisão do Governo surge depois de, na semana passada, ter sido noticiado que os ex-ministros Leonor Beleza e Rui Vilar foram convidados para integrar o novo Conselho de Administração da CGD, liderado por António Domingues.
No sábado, fonte próxima de Leonor Beleza confirmou à Lusa que a presidente da Fundação Champalimaud e antiga ministra da Saúde aceitou o cargo na CGD, realçando tratar-se de um "lugar não remunerado".
No mesmo dia, contactada pela Lusa, fonte próxima de Rui Vilar confirmou que o antigo ministro dos Transportes e Comunicações num dos governos de Mário Soares já foi abordado para o cargo de vice-presidente não executivo da CGD, mas sublinhou que até ao momento ainda não há uma decisão definitiva.