Mais uma vez, um dos críticos de cinema do PÚBLICO foi impedido esta quinta-feira de assistir ao visionamento para os media de um filme produzido por Paulo Branco, por indicação explícita deste produtor. Naturalmente, o caricato episódio não impedirá o PÚBLICO de escrever sobre o filme, no caso, Axilas, de José Fonseca e Costa, que estreia no dia 5. Escrever sobre cinema faz parte do nosso trabalho. Se vemos os filmes antes da estreia em sala, escrevemos mais cedo. Se os vemos depois da estreia em sala, escrevemos mais tarde. Só isso muda. O que não muda, são os ímpetos autoritários de Paulo Branco, que ao longo dos anos foi revelando aos jornalistas e aos críticos de cinema do PÚBLICO a intensidade das suas ondas emocionais – de resto cada vez mais previsíveis. Não foi a primeira vez que Paulo Branco deu ordens expressas para proibir a entrada do PÚBLICO nas projecções dos seus filmes e não será a última. É a sua forma original de nos dizer que não gostou de alguma coisa que viu ou leu neste jornal. O PÚBLICO seguirá sereno, a servir o leitor. Por isso, esta nota é dirigida a si, leitor. É uma explicação antecipada pelo atraso da crítica ao último filme de Fonseca e Costa.
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