Muitas vezes já pensei em escrever uma nota curricular sob este título: “Fisicamente, morre-se uma única vez; socialmente, podemos morrer e nascer várias vezes”. Não fosse o horror que tenho a autobiografias, já a teria escrito. Entre trajectos muito diversificados, numa vida iniciada na Madeira, em 1936, desde os 23 anos andei sempre perto de jornais, rádio, televisão. Umas vezes por dentro, outras por fora. Na Ilha, estive ligado ao Jornal da Madeira, ao Diário de Notícias, às rádios locais. No Continente, desde 1976, colaborei no Expresso, no Diário de Lisboa, e durante dez anos escrevi, semanalmente, no Jornal de Notícias. Estive, entre 1992-95, na SIC, em “Casos de polícia”. Entre 2006 e 2011, na RTP, como provedor do telespectador. Ao longo deste trajecto continental, conciliei, com a actividade principal, a docência no ISCTE/IUL, que marcou a minha identidade. Muitas pessoas e amigos conhecem os meus outros e tão diferentes caminhos. Aqui, fixei-me naqueles que, de algum modo, explicam, o onde, agora, vim a desembocar: provedor do leitor do PÚBLICO. É sempre mais perigoso o trajecto que encetamos. (José Manuel Paquete de Oliveira exerceu o cargo de provedor dos leitores do PÚBLICO entre Dezembro de 2013 e Junho de 2016. Morreu a 11 de Junho de 2016.)