Medalhas para os pais e segundas-feiras para os avós
Depois de um fim-de-semana passado com filhos e os filhos pequenos destes filhos, a avó destas Birras está pronta a propor que a mais alta condecoração seja concedida a todas as mães e pais do mundo.
Só hormonas milagrosas podem explicar a infinita paciência com que suportam noites sem dormir, ou a dormir mal, e dias empregados a correr atrás deles, para impedir que metam os dedos nas fichas eléctricas ou se lancem por escadas a baixo, a empurrar triciclos ou a ensinar a andar de bicicleta, encorajando-os e velando por eles. Exaustos, mas embevecidos.
E foi perante esta realidade nua e crua que compreendeu a obsessão pelas “Rotinas”, que dão direito a aplicações e manuais que supostamente garantem tornar o comportamento das crianças mais previsível. É que sem a miragem da hora da sesta, do banho, ou do deitar, ninguém aguenta. Sem a ilusão de que nas vinte e quatro horas do dia se vão conseguir dez minutos para tomar um duche ou nos alienarmos numa parvoíce qualquer no telemóvel, os pais desistiam na primeira semana.
Quanto aos avós, além da satisfação de poderem dar uma mãozinha a tornar a vida de filhos mais leve, e a dos netos mais divertida ainda, os mais sensatos retiram destes dias uma enorme alegria: a certeza de que a seguir ao domingo, vem uma segunda-feira em que podem estar, de novo, sozinhos em casa.
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