Tribunal da Roménia levanta prisão domiciliária de Andrew Tate por “falta de provas”

Ao abrigo de medida preventiva mais leve, Tate é obrigado a apresentar-se regularmente à polícia e não está autorizado a contactar outros suspeitos ou testemunhas no seu caso, nem pode sair do país.

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Andrew Tate (à esquerda) e o irmão, em Bucareste, para uma audiência sobre a devolução de bens confiscados Robert Ghement/EPA
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Um tribunal romeno levantou a ordem de prisão domiciliária contra a personalidade da Internet Andrew Tate, substituindo-a por uma medida preventiva mais leve, enquanto se aguarda pelo resultado de uma investigação criminal, revelou um porta-voz de Tate nesta terça-feira.

Ao abrigo da medida preventiva mais leve, de termo de identidade e residência​, Tate é obrigado a apresentar-se regularmente à polícia e não está autorizado a contactar outros suspeitos ou testemunhas no seu caso. Além disso, não pode sair da Roménia.

Nesta terça-feira, os juízes levantaram a medida de prisão domiciliária no âmbito da segunda investigação criminal. “Esta decisão representa um passo decisivo, que dá a Tate a liberdade de viajar por toda a Roménia, respeitando as condições legais exigidas”, afirmaram os seus representantes.

Tate está em prisão domiciliária desde Agosto, quando os procuradores iniciaram uma segunda investigação criminal contra o antigo kickboxer profissional, o seu irmão Tristan e outros quatro suspeitos. Os seis indivíduos são acusados de formação de grupo criminoso organizado, tráfico de seres humanos, tráfico de menores, relações sexuais com um menor e branqueamento de capitais, mas todos negaram ter cometido actos ilícitos.

Um primeiro processo penal contra Tate fracassou em Dezembro, quando o Tribunal de Recurso de Bucareste decidiu não levá-lo a julgamento, mas sim devolver o processo ao Ministério Público. A decisão, que citou falhas na acusação, foi um rude golpe para a unidade romena de combate ao crime organizado DIICOT.

Os irmãos Tate, ambos antigos kickboxers com dupla nacionalidade norte-americana e britânica, são os suspeitos mais conhecidos que enfrentam um julgamento por tráfico de seres humanos na Roménia. Segundo uma decisão judicial de Março, também têm um mandado de captura britânico e serão extraditados depois de concluído o processo na Roménia.

Tate, que se descreve como misógino, ganhou milhões de seguidores nas redes sociais ao promover um estilo de vida ultramasculino que denigre as mulheres, através de um chat desenvolvido para ensinar técnicas de exploração a outros homens, para colocarem mulheres ao seu serviço.

Em mensagens de texto trocadas com o irmão, segundo documentos incluídos em tribunal, Tristan escreveu: "Vamos escravizar estas cabras." Nestes documentos estão mais de 300 páginas com transcrições e testemunhos de mulheres que se apresentaram como vítimas dos dois irmãos, bem como descrições explícitas de violência sexual. Ainda assim, em Outubro, um tribunal romeno decidiu voltar a dar a Tate o acesso aos seus carros de luxo, no valor de cerca de quatro milhões de euros, que estavam apreendidos.