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Amazónia: uma imensidão que não se alcança
Uma viagem à Amazónia revela um mundo misterioso e desconhecido, mas demasiado vasto para se regressar com a certeza de que se ficou a conhecê-la.
Não há volta a dar: vai-se à Amazónia, mas persiste uma sensação de que não estivemos de facto na Amazónia, tanto é o que fica por ver, cheirar, ouvir, provar e sentir. Na Fugas, a Sandra Silva Costa disse quase tudo ao falar do gigantismo da Amazónia e como nos sentimos minúsculos na sua presença. Mas não é só isso. A sua imensidão é tal, e não só o tamanho puro, mas tudo o que ela tem de exótico e diferente, que além de minúsculo, o visitante facilmente ficará, ao mesmo tempo, maravilhado por ter estado a experimentar um pouco da Amazónia, e um pouco triste por perceber que não viu mais do que um grão de areia, e que a Amazónia no seu todo, nunca estará ao seu alcance.
É algo inevitável quando se vê a sua dimensão de cima e também quando se percorre os seus trilhos e nos sentimos incapazes de reconhecer plantas, cheiros e sons. Vemos, mas só uma das suas inúmeras camadas. O mesmo acontece com as comunidades indígenas que se abrem aos visitantes: apresentam uma amostra das suas vidas, mas a sua realidade diária fica para lá disso.
É um mistério que permanece e que, com sorte, voltando lá uma e outra vez, se vai desvendando devagarinho. Apetece agradecer-lhe pelo que já nos ofereceu, mas deixar-lhe um aviso amigável que isto não pode ficar por aqui.