Almada, 2025, tempo para Joël Pommerat, Maria Rueff e muitos monólogos

Na apresentação da programação, a Companhia de Teatro de Almada anuncia o primeiro nome para o Festival Almada – Marius, espectáculo de Pommerat trabalhado com um prisioneiro.

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Marius é um espetáculo que junta o Pommerat, um dos mais prestigiados encenadores franceses da actualidade, e Ruimi, um actor presidiário Christian CHATENET
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Elogio do Riso é um espectáculo criado por Maria Rueff em colaboração com o director artístico da Companhia de Teatro de Almada, Rodrigo Francisco Rui Carlos Mateus
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Almada recebe o regresso aos palcos (na pele de uma advogada passada para o lado das vítimas de abuso sexual) de Margarida Vila-Nova em À Primeira Vista DR
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O ano em Almada tem começado assim nos últimos tempos: a Companhia de Teatro de Almada (CTA) anuncia a sua programação para os 12 meses seguintes antecipando, num primeiro vislumbre, um dos espectáculos-âncora do Festival de Almada – que se inicia, como sempre, a 4 de Julho. Cumprindo-se a tradição, ficamos agora a saber que a 42.ª edição de um dos grandes acontecimentos teatrais da temporada terá em Marius, de Joël Pommerat, um dos seus destaques.

Marius, com apresentações a 13 e 14 de Julho no Teatro Joaquim Benite, é um objecto muito particular, nascido do encontro de Jean Ruimi e Joël Pommerat. Ruimi é um homem condenado a uma pena prolongada, actualmente a cumpri-la numa prisão de alta segurança de Arles, na Provença francesa. Pommerat, um dos mais prestigiados encenadores franceses da actualidade, foi chamado à prisão pelo director da instituição para trabalhar com Ruimi, e após ano e meio de sessões de improvisação desenvolvidas com o actor presidiário estreou-se Marius, espectáculo da Compagnie Louis Brouillard, inspirado com uma generosa dose de liberdade numa peça de Marcel Pagnol.

Central para o calendário do Teatro Municipal Joaquim Benite é, naturalmente, a actividade da CTA. E serão duas as produções da casa previstas para 2025: a primeira será a adaptação para palco do romance de Marguerite Duras Uma Barragem contra o Pacifico, com encenação de Álvaro Correia, texto com pano de fundo autobiográfico e debruçado sobre dois jovens pobres em confronto com um sistema colonial; a segunda chamar-se-á Elogio do Riso, espectáculo criado por Maria Rueff em colaboração com o director artístico da CTA, Rodrigo Francisco, a partir de uma investigação sobre as origens do riso e que a própria actriz interpretará de 31 de Outubro a 30 de Novembro (encenação de Francisco e movimento trabalhado com Hajo Schüller, da companhia Familie Floz).

No capítulo de produções nacionais cuja digressão aportará em Almada, o Teatro Joaquim Benite dá especial atenção a uma série de monólogos: A Barraca, a 18 e 19 de Janeiro, apresenta De Mary para Mary, texto de Paloma Padrero acerca das últimas horas de Mary Wollstonecraft, numa encenação de Maria do Céu Guerra e com Rita Lello; o Teatro do Vão mostra o espectáculo Maria, de Daniel Gordão, criado a partir de um texto do escritor irlandês Colm Tóibín, protagonizado por Carla Galvão, de 21 a 23 de Fevereiro; recebe o regresso aos palcos (na pele de uma advogada passada para o lado das vítimas de abuso sexual) de Margarida Vila-Nova em À Primeira Vista, encenação de Tiago Guedes para o texto de Suzie Miller, a 17 de Maio; e convida a espreitar a peça Suavecita, em que o argentino Martín Bontempo coloca uma mulher (a actriz Camila Peralta) a deambular por corredores de um hospital de Buenos Aires enquanto oferece consolo aos doentes ali internados, de 10 a 12 de Outubro.

A estes espectáculos juntam-se ainda criações de A Comuna – Teatro de Pesquisa, de 31 de Janeiro a 2 de Fevereiro, com A Rua do Inferno, texto de Antonio Onetti, dirigido por Hugo Franco e focado no encontro de três mulheres num supermercado; a visão de Teresa Sobral sobre Class Enemy, texto de Nigel Williams, um dos espectáculos do ano passado para o Ípsilon, mergulho cru na vida de adolescentes abandonados pelo sistema de ensino público, de 23 a 25 de Maio; e a nova abordagem dos Artistas Unidos, pela mão de António Simão, à obra do Prémio Nobel da Literatura Jon Fosse, em Vento Forte, de 17 a 19 de Outubro.

Quanto à dança, uma aposta habitual também da programação da CTA, o 2025 em Almada far-se-á com André Uerba (Affective Choreography, 26 e 27 de Abril), Nacera Belaza (L’Envol, 3 de Maio), Cristian Duarte (E Nunca as Minhas Mãos Estarão Vazias, 4 de Maio, e Por Debaixo dos Panos, a 20 e 21 de Setembro), Katerina Andreou (Mourn Baby Mourn, 10 e 11 de Maio), Companhia Nacional de Bailado (17 e 18 de Julho), Paulo Ribeiro (Maurice Accompagné, 4 de Outubro) e Fernando Duarte pela Dança em Diálogos (Murmúrios de Pedro e Inês, 13 de Dezembro).

Na programação para a infância, o Teatro Joaquim Benite apresentará ao longo do ano os espectáculos Bora Lá Laborar, Picasso Agarrado pelo Rabo, Os Sonhos do Tom, Aventuras, A Caminhas dos Elefantes, Plip, Um Conto Japonês, Kyoki, Húuuumus!!!, Cordão, Pequenas Fábulas de La Fontaine, Horizonte e A Música Mágica de Mozart, assim como uma temporada de música que terá uma forte componente clássica, chegando também às canções de Rita Vian, JP Simões, Club Makumba, Prétu, Ana Lua Caiano ou Katia Guerreiro.

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