Taxas Euribor voltam a garantir poupança na prestação da casa em 2025

Empréstimo de 150 mil euros a 30 anos, associado à Euribor a 12 meses, e com um spread de 1%, sofre corte aproximado de 108 euros, passando a pagar 668 euros mensais.

Foto
Euribor continua a reduzir a prestação dos empréstimos associados a taxas variáveis Rui Gaudêncio
Ouça este artigo
00:00
03:35

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

As taxas Euribor terminam 2024 em valores significativamente mais baixos que os que apresentavam no arranque do ano, gerando uma poupança expressiva nos juros pagos no crédito à habitação e uma maior aceleração na amortização de capital dos contratos existentes. Esta segunda vantagem é menos visível para os detentores deste tipo de empréstimos, mas muito importante para reduzir o impacto de eventuais subidas das taxas de juro no futuro.

Quando falta apenas um dia para o encerramento do mês, a Euribor a três meses caiu esta segunda-feira para 2,678%, cada vez mais perto dos 2,5%, esperando-se que possa encostar a 2% nos próximos meses, de acordo com o valor actual do contrato de futuros de Junho de 2025. A média mensal de Dezembro desta taxa ficará muito próximo de 2,83%, abaixo dos 3,007% em que fixou em Novembro. Trata-se, ainda, de um recuo para o valor mais baixo desde Fevereiro de 2023.

A taxa de juro a seis meses já está praticamente encostada a 2,5%, tendo caído esta segunda-feira para 2,562%. E a média mensal também ficará muito perto de 2,636%, contra 2,788% do mês anterior.

A taxa a 12 meses mantém a liderança das quedas, recuando hoje para 2,454%, e com a média a situar-se em 2,435%, depois de no mês anterior se ter fixado em 2,506%. Esta taxa está actualmente no valor mais baixo desde Setembro de 2022, um recuo de mais de dois anos, e cada vez mais longe dos mais de 4% registados na recta final de 2023.

As descidas em Dezembro são positivas para quem vai contratar empréstimos associados a estas taxas em Janeiro, mas também para os contratos existente e com revisão a ocorrer no próximo mês. As reduções são mais expressivas nos prazos longos, os que se encontram mais baixos e são actualizados com menor regularidade.

A simulação de um empréstimo de 150 mil euros, a 30 anos, com um spread (ou margem comercial do banco) de 1%, associado à Euribor a três, e utilizando o valor médio de Dezembro vai corresponder a uma prestação de cerca de 700 euros, o que corresponde a um redução de cerca de 52 euros face ao valor que pagaria se o mesmo cálculo fosse feito há três meses.

Trata-se da prestação mais elevada das três taxas, uma vez que nos casos da de seis e de 12 meses os juros já colocam a prestação abaixo dos 700 euros.

Ainda no caso daquela simulação, e face ao valor da taxa de há três meses, a redução na componente de juros é de 75 euros, enquanto a amortização de capital sobe 22 euros.

O mesmo exercício, meramente exemplificativo, para a Euribor a seis meses, a redução é de 94 euros, para 685 euros. Neste caso, a redução de juros face ao valor da taxa de há cerca de seis meses é de 174 euros, e o aumento do capital amortizado é de 27 euros.

Por último, com a Euribor a 12 meses, a prestação vai ascender a 668,14 euros, menos cerca de 107 euros face ao valor que corresponderia com a taxa de Dezembro de 2023. Também neste caso, a poupança com juros é ascende a um montante superior, de 155 euros, mas que é parcialmente anulado pelo aumento de 31 euros na amortização mensal da dívida.

A queda das Euribor tem sido impulsionada pela redução das de juro do Banco Central Europeu (BCE), que procedeu a quatro cortes desde Julho, e no último, realizado no corrente mês, deixou “a porta aberta” a novas reduções em 2025.

Sugerir correcção
Comentar