A noite de ano-novo será de samba e cerveja com amigos, mas, também, de trabalho

Brasileiros em Portugal veem o frio como maior desafio a ser enfrentado na passagem de 2024 para 2025, mas celebram a vida no país que escolheram para viver com familiares e amigos.

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A brasileira Karoline Wollick passará a virada do ano com amigos, samba e cerveja. "Para sentir o calorzinho", diz Lucas Lima
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O maior desafio para os brasileiros na passagem de ano em Portugal é o frio. Para quem cresceu com os termômetros passando dos 30 graus nesta época do ano, é complicado ir para a rua celebrar a data todo encapotado. Mas, temperatura à parte, a alegria com a chegada de 2025 é grande. Muitos, longe da família e de amigos de longa data, acreditam que fizeram a escolha certa ao cruzarem o Atlântico em busca de uma nova vida.

Há pouco mais de quatro anos em Portugal, Karoline Wollick, 30 anos, já definiu como vai comemorar o ano-novo: com samba, cerveja e amigos. Atendente de loja, ela vai para uma roda de batuque comandada pelas meninas do Gira Coletivo. “Fiz isso no ano passado e foi muito bom. Já estou em contagem regressiva”, diz. Ela reconhece, porém, que, mesmo estando cercada de brasileiros, ouvindo música do Brasil, é diferente estar em Portugal.

Para ela, o primeiro ano-novo foi bastante complicado. “Ainda estávamos com restrições da pandemia do novo coronavírus. Todo mundo distante”, lembra Karoline. Felizmente, ressalta, isso ficou para trás e esta passagem de ano será de celebração. “Com amigos, samba e cervejinha, tudo só pode dar certo. Vamos nos juntar para sentir aquele calorzinho humano”, frisa. Será o início de um novo ciclo.

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A astróloga Ana Fialho aproveitará a festa de ano-novo para se despedir da casa em que mora hoje em Lisboa Lucas Lima

A astróloga Ana Carolina Fialho, 43 anos, está em Lisboa há três anos e meio. Para ela, a passagem de 2024 para 2025 terá um sabor de despedida. “Vou me mudar de casa. Então, decidi fazer uma festa de réveillon para reunir os amigos”, conta. A primeira passagem de ano em Portugal não foi nada do que ela esperava. “Acabei passando sozinha, meu filho dormiu e meu namorado de então estava viajando”, complementa.

Olhando para o histórico de Ana, um réveillon sozinha é inusitado. No Brasil, desde os nove anos de idade, ela sempre esteve envolvida com muita agitação. “Minha mãe trabalhou muitos anos na Avenida Atlântica, no Hotel Copacabana Palace. Então, desde pequena, vi aqueles fogos maravilhosos de Copacabana, aquela multidão, todo mundo de branco. O réveillon sempre foi um grande evento para mim. Em Portugal, é completamente diferente”, assinala.

Por causa do frio, acredita Ana, os portugueses preferem comemorar o ano-novo em lugares mais fechados. “São comemorações mais internas, mais familiares. Sei que tem gente que vai ver os fogos na Praça do Comércio, em Lisboa, mas é complicado para quem tem criança menor, é frio”, afirma. Nada que diminua, porém, a satisfação de estar em terras portuguesas.

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O músico Diogo Presuntinho escolheu ver a chegada de 2025 ao lado de amigos e parentes Lucas Lima

Música e restaurante

O músico Diogo Alberto Fernandes de Oliveira, mais conhecido como Diogo Presuntinho, 42, não vai trabalhar nesta passagem de ano, ao contrário do que sempre ocorria nesse período no Brasil. O mineiro de Belo Horizonte, que está em Portugal há um ano e meio, decidiu que o réveillon será com amigos e alguns parentes. “Esse ano-novo será bem diferente do que ocorria no Brasil. Normalmente, passava o Natal e o réveillon tocando. Às vezes, conseguia encaixar o Natal com a família, mas o réveillon era sempre trabalhando”, diz.

Diogo está com a mulher e a família dela em Portugal. As celebrações da virada de 2024 para 2025 serão na casa de amigos. Cada casal levará um prato, mesclando comidas brasileira e portuguesa. “Essa divisão ficou boa para todo mundo”, ressalta. No entender dele, o frio é o maior problema nesse período em Portugal.

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Como sempre aconteceu no Brasil, Gustavo Pinheiro vai trabalhar na noite de ano-novo Lucas Lima

“Estava acostumando a tocar na praia, usando roupas bem leves. No ano passado, no meu primeiro réveillon em Portugal, programamos de fazer a ceia e, depois, irmos para a Praça do Comércio para assistir à queima de fogo. Mas foi uma frustração, pois não nos planejamos direito, chegamos muito em cima da hora e estava gelado”, conta Diogo.

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O músico brasileiro Higor Sartori vai tocar com um grupo de samba em um restaurante em Ericeira na noite de ano-novo Lucas Lima

Para Gustavo Ferreira Pinheiro, 35, há três anos em Portugal, a noite de ano-novo será de trabalho num restaurante. “Não tenho festa de final de ano desde quando morava no Brasil. Sempre trabalhei”, frisa. Mas ele não deixará de comemorar com amigos e a mãe, que veio visitá-lo, a chegada de 2025. “Passamos o Natal juntos e foi muito bom”, ressalta.

A noite de ano-novo não será diferente para o músico Higor Sartori dos Santos, 38, em Portugal há seis anos. Ele vai tocar com um grupo de samba em um restaurante em Ericeira. Segundo ele, a mulher deve acompanhá-lo. Já os sogros, que estão no país, ainda não sabem se vão aderir à festança. Como vegetariano, ele está à espera do cardápio da noite para saber o que mais vai lhe apetecer.

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