Gyökeres e Di María: o derby de certeza que vai passar por eles

Embate entre Sporting e Benfica, no domingo, coloca frente a frente, respectivamente, segundo e primeiro da classificação da I Liga.

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Di María e Gyökeres serão provavelmente os protagonistas do derby de domingo
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O principal derby lisboeta, “O” derby do futebol português, tem atributos que o tornam sempre apelativo, qualquer que seja a circunstância que cada um dos seus intervenientes atravessa. Mas aquele que no domingo se irá disputar em Alvalade tem vários atractivos que o transformam num dos mais aliciantes dos últimos anos. Protagonistas do embate entre Sporting e Benfica serão, certamente, Gyökeres e Di María, os jogadores mais influentes em cada uma das equipas esta época.

O avançado sueco tem sido o grande responsável por colocar o Sporting nos lugares de topo da classificação. Até à saída de Ruben Amorim do cargo de treinador, à jornada 11, Gyökeres só não tinha marcado em dois jogos. Em compensação, bisou em duas partidas, assinou um “hat-trick” por uma vez e conseguiu um “póquer” em outra ocasião.

Com a saída de Ruben Amorim, o instinto goleador de Gyökeres foi bastante afectado. Assim, nas quatro jornadas que se disputaram a seguir o sueco só festejou por duas vezes - no total dos oito encontros realizados sob as ordens de João Pereira o sueco “só” marcou quatro golos. Mesmo assim, suficiente para chegar a esta fase de campeonato no topo da lista de melhores marcadores: 18 golos em 15 partidas.

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Os números significam que, sozinho, Gyökeres tem mais golos do que mais de metade das equipas da I Liga, sendo que, até ao momento, apenas quatro emblemas (Gil Vicente, Santa Clara, Sporting de Braga e Estoril) não foram vítimas da pontaria do sueco.

Se a análise abranger todas as competições e não apenas o campeonato, o internacional sueco soma um total de 27 golos e teve ainda participação directa em mais cinco.

A influência do jogador de 26 anos no futebol do Sporting estende-se, na verdade, para lá desta época. Gyökeres chega ao último jogo do ano civil de 2024, com um registo de 62 golos, juntando os remates certeiros que conseguiu no Sporting e ao serviço da selecção sueca.

Nunca marcou ao Sporting

São mais dez anos nas pernas do que Gyökeres, mas Di María, aos 36 anos, ainda é o jogador que faz a diferença no Benfica. Já sem ser capaz de manter o mesmo fulgor ao longo de 90 minutos, o avançado argentino mantém intactas as suas qualidades técnicas e que fazem com que seja capaz de decidir um jogo num momento de génio.

Dono de um pé esquerdo virtuoso, Di María tem apresentado números que não deixam de impressionar para um jogador com a sua idade e que joga quase sempre encostado à linha lateral do relvado.

Na sua segunda “vida” na Luz, o campeão do mundo já leva 11 golos em todas as competições, seis dos quais na Liga. Mas a influência do argentino no futebol benfiquista vê-se também nas seis assistências que protagonizou em 22 jogos (17 a titular e cinco a suplente).

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Bruno Lage tem tentado gerir com cuidado a condição física de Di María que nas 14 jornadas da I Liga em que participou foi titular em 11 ocasiões e suplente em três, mas foi quase sempre substituído a partir dos 70 minutos.

Depois de um começo de temporada algo “apagado”, Di María tem vindo a melhorar o seu desempenho. Assim, enquanto nos oito primeiros jogos da I Liga em que alinhou só festejou um golo, nos seis últimos marcou cinco vezes. Uma conclusão que se mantém ao alargarmos o leque de análise. Já com 22 jogos nas pernas em todas as competições, o internacional argentino marcou três golos e fez duas assistências nos primeiros 11 encontros desta época face aos oito golos e quatro assistências nas segundas 11 partidas realizadas.

Neste último lote destaca-se o embate que “águias” e “dragões” disputaram na Luz e que os “encarnados” venceram por 4-1 e em que o extremo argentino, foi considerado o homem do jogo, “bisou”, com golos aos 54 minutos (a fazer o 2-1), e aos 81’, na conversão de uma grande penalidade (que deu o 4-1 final).

Esta época, muito do que o Benfica tem conseguido ou não fazer nos jogos mais exigentes tem estado directamente relacionado com o que Di María tem conseguido ou não dar à equipa, algo a que Rui Borges, o novo técnico dos “leões”, dará a devida atenção para que o histórico se mantenha: é que em 13 derbies - entre a primeira e a segunda passagem pelo Benfica – o argentino nunca marcou.