Um processo criminal no Novo México contra o actor Alec Baldwin decorrente de um tiroteio fatal no cenário do filme Rust, em 2021, terminou na segunda-feira, com uma promotora a desistir do recurso de arquivamento do caso.
De acordo com uma declaração do gabinete do procurador judicial do distrito, a procuradora especial Kari Morrissey retirou o recurso. Os advogados de Baldwin, Luke Nikas e Alex Spiro, declararam num comunicado que "a decisão de hoje de rejeitar o recurso é a justificação final daquilo que Alec Baldwin e os seus advogados disseram desde o início — esta foi uma tragédia indescritível, mas Alec Baldwin não cometeu qualquer crime".
Em Julho, um juiz do Novo México rejeitou a acusação de homicídio involuntário contra Baldwin, concordando com os advogados do actor que Morrissey e o gabinete do xerife esconderam provas sobre a origem da bala que matou a directora de fotografia Halyna Hutchins. Então, o julgamento chegou ao fim, por ocultação de provas por parte da acusação, e o actor declarou ponderar processar Kari Morrissey e o xerife do Novo México.
Contudo, o gabinete do procurador distrital disse que continuava a discordar fortemente da decisão do juiz de arquivar o processo contra Baldwin. Mas a decisão de desistir do recurso dessa decisão foi tomada depois de o gabinete do procurador-geral ter dito a Morrissey que "não tencionava prosseguir exaustivamente o recurso em nome da acusação", segundo o comunicado.
Halyna Hutchins morreu quando Alec Baldwin lhe apontou uma arma enquanto preparavam uma filmagem num cenário de um filme perto de Santa Fé. A arma disparou um projéctil verdadeiro, inadvertidamente carregado pela chefe de armamento do filme, Hannah Gutierrez, que foi condenada por homicídio involuntário em Março e sentenciada um mês depois. Em Julho, após o arquivamento do caso de Baldwin, a mulher pediu para ser libertada.
O actor de 30 Rock negou ter puxado o gatilho e disse que tinha sido instruído a apontar a arma para a câmara. Mas o FBI e um perito independente em armas de fogo descobriram que a arma não disparava sem o gatilho premido. Segundo o historiador Alan Rode, a morte de Hutchins foi o primeiro tiroteio fatal num cenário de filmagens com uma bala real confundida com uma bala falsa ou vazia desde a era do cinema mudo, em Hollywood.
No passado, os tiroteios em estúdio eram resolvidos através de processos civis, como foi o caso da última fatalidade em 1993, quando Brandon Lee foi morto quando uma bala vazia deslocou uma bala presa no cano de um revólver durante as filmagens de O Corvo.