Alec Baldwin pondera processar procuradora e xerife do Novo México

As acusações de homicídio involuntário contra Baldwin caíram por terra depois de se ter provado que a procuradora Kari Morrissey e o gabinete do xerife ocultaram provas sobre a origem da bala.

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A procuradora Kari Morrissey Luis Sanchez Saturno/The New Mexican / VIA REUTERS
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Alec Baldwin informou uma procuradora e um xerife do estado do Novo México de que poderá processá-los depois de se ter descoberto que ocultaram provas à sua equipa de defesa durante a tentativa falhada de o acusar de um tiroteio fatal no cenário do filme Rust.

Uma juíza do Novo México rejeitou as acusações de homicídio involuntário contra Baldwin no terceiro dia de julgamento, na última sexta-feira, por a procuradora Kari Morrissey e o gabinete do xerife terem ocultado provas sobre a origem da bala que matou a directora de fotografia de Rust, Halyna Hutchins, em 2021.

Os advogados de Baldwin enviaram cartas a Morrissey e ao xerife do condado de Santa Fé, Adan Mendoza, na segunda-feira, pedindo-lhes que preservassem documentos para futuros litígios, de acordo com cópias das cartas vistas pela Reuters.

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A procuradora Kari Morrissey rodeada pela comunicação social depois de a juíza Mary Marlowe Sommer ter arquivado o processo contra Baldwin, a 12 de julho Luis Sanchez Saturno/The New Mexican/Pool via REUTERS

O Gabinete do Xerife do Condado de Santa Fé confirmou que recebeu a carta da equipa jurídica de Baldwin, mas recusou-se a fazer mais comentários na quarta-feira. Morrissey não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Hutchins morreu quando Baldwin lhe apontou uma arma enquanto preparavam uma filmagem num cenário de cinema perto de Santa Fé. A arma disparou um projéctil activo, carregado inadvertidamente pela responsável pelo manuseamento de armas do filme, Hannah Gutierrez. Em Março, Gutierrez foi condenada por homicídio involuntário.

Gutierrez, que está a cumprir uma pena de prisão de 18 meses, apresentou na terça-feira um pedido de anulação do seu julgamento, devido ao facto de o Ministério Público não ter revelado as provas relativas às balas reais, aos testes efectuados à arma de Baldwin pelo perito em armas de fogo Lucien Haag e sobre uma entrevista com o fornecedor de adereços do filme, Seth Kenney.

Erlinda Johnson demitiu-se do cargo de assistente de acusação de Morrissey na sexta-feira, pouco antes de a juíza Mary Marlowe Sommer ter rejeitado as acusações contra Baldwin.

Erlinda Johnson disse à Reuters que, nos meses que se seguiram à sua nomeação, em Abril, forneceu à defesa documentos não editados, depois de esta a ter contactado para obter informações, quando Morrissey não forneceu os documentos solicitados.

“Como procuradores, temos a obrigação de divulgar todas as provas”, afirmou, acrescentando que considerava correcta a decisão de arquivar o processo. “Não temos apenas um dever para com o povo, mas também para com os arguidos acusados de crimes.”

Johnson disse que não deu à equipa jurídica de Baldwin pormenores sobre os disparos e que só teve conhecimento dessas provas quando a defesa as revelou durante o julgamento.