Rei Carlos III de Inglaterra agradece aos médicos que o acompanharam este ano

“Um agradecimento especial e sincero aos médicos e enfermeiros altruístas que nos apoiaram a mim e a outros membros da minha família durante as incertezas e ansiedades da doença”, disse o rei.

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Carlos III e parte da família real britânica na chegada ao serviço religioso desta quarta-feira, 25 de Dezembro, em Sandringham Toby Melville / REUTERS
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O rei Carlos de Inglaterra agradeceu aos médicos que cuidaram dele e da nora, Kate, depois de ambos terem passado por tratamentos contra o cancro este ano, numa mensagem de Natal que também abordou conflitos globais e os tumultos de Verão no Reino Unido. Na terceira transmissão televisiva de Natal desde que se tornou rei, Carlos III adoptou um tom pessoal nesta que é uma tradição que remonta a um discurso de rádio do rei Jorge V, seu bisavô, em 1932.

O ano de 2024 foi traumático para a família real, depois de o Palácio de Buckingham ter anunciado, em Fevereiro, que o monarca de 76 anos tinha sido diagnosticado com uma forma não especificada de cancro, detectada em exames realizados após um procedimento correctivo para tratar uma próstata aumentada.

Um mês depois, Kate, esposa do seu filho e herdeiro, o príncipe William, revelou estar a realizar quimioterapia preventiva contra o cancro, tratamento que terminou em Setembro. William descreveu o ano como brutal para a família.

"Todos nós passamos por algum tipo de sofrimento em alguma fase da nossa vida, seja ele mental ou físico", disse Carlos, que ascendeu ao trono em 2022 após a morte da rainha Isabel II.

As palavras do rei foram acompanhadas por imagens de uma visita que realizou a um centro de tratamento de cancro em Abril, ao retomar os compromissos públicos, e de um dos primeiros eventos de Kate de regresso ao trabalho. "De um ponto de vista pessoal, ofereço um agradecimento especial e sincero aos médicos e enfermeiros altruístas que, este ano, nos apoiaram a mim e a outros membros da minha família durante as incertezas e ansiedades da doença, e que nos ajudaram a encontrar a força, o cuidado e o conforto de que precisávamos", afirmou Carlos.

"Estou profundamente grato também a todos os que nos enviaram palavras gentis de simpatia e encorajamento", disse na transmissão gravada previamente, filmada numa capela ornamentada de um antigo hospital em Londres.

Na semana passada, uma fonte do palácio afirmou que o tratamento do rei estava a progredir bem e que continuaria em 2025. Na manhã desta quarta-feira, 25 de Dezembro, Carlos foi acompanhado pela família, incluindo Kate, William e os filhos do casal, para o tradicional serviço religioso em Sandringham, no leste de Inglaterra.

O irmão de Carlos, o príncipe André, envolvido recentemente num novo escândalo após um contacto próximo ter sido banido do Reino Unido devido a suspeitas governamentais de que era um espião chinês, foi uma ausência notável no encontro real.

Carlos III também abordou os tumultos nacionais que eclodiram após o assassinato, em Julho, de três jovens num evento temático de Taylor Swift no norte de Inglaterra, e que visaram sobretudo mesquitas e imigrantes. "A diversidade de culturas, etnias e crenças é uma força, não uma fraqueza", afirmou.

"Senti um profundo orgulho no Reino Unido quando, em resposta à raiva e desordem em várias cidades neste Verão, as comunidades se uniram não para repetir esses comportamentos, mas para reparar – reparar não apenas edifícios, mas também relações", disse.

Carlos referiu-se ainda às guerras em curso. "Neste dia de Natal, não podemos deixar de pensar naqueles para quem os efeitos devastadores dos conflitos no Médio Oriente, na Europa Central, em África e noutros lugares representam uma ameaça diária às suas vidas e meios de subsistência", afirmou.