Alberto João Jardim diz que Albuquerque está “agarrado” ao PSD-Madeira

O antigo presidente do Governo Regional da Madeira diz que é preciso unir o partido e que Albuquerque “não une, mas também não deslapa”.

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Alberto João Jardim pede união no PSD-Madeira Paulo Pimenta
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Para o antigo presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, o actual líder do PSD-Madeira está "agarrado" à liderança do partido. Perante a actual crise política que se vive na região e com o seu sucessor, Miguel Albuquerque, a rejeitar a realização de eleições internas depois de o executivo ter caído com a aprovação de uma moção de censura, Jardim considerou, em declarações à RTP, que o governante "está lá agarrado [à liderança do partido], não une, mas também não deslapa".

Alberto João Jardim esteve 37 anos na presidência do Governo Regional da Madeira. Apresentou a sua demissão em 2015, depois de Miguel Albuquerque ter sido eleito líder do PSD-Madeira. Foram convocadas eleições antecipadas nesse ano e Miguel Albuquerque venceu com maioria absoluta. Em 2019, Albuquerque voltou a vencer, desta vez sem maioria absoluta, pela primeira vez em 43 anos. Repetiu o feito em 2023, novamente sem maioria.

Em Janeiro de 2024, Miguel Albuquerque foi constituído arguido e indiciado por crimes de corrupção. A investigação abriu uma crise política na Madeira, com Albuquerque a demitir-se (depois de ter dito que não havia razão para se afastar). Foram convocadas eleições antecipadas em Maio deste ano e o líder do PSD-Madeira foi novamente eleito. Actualmente, e depois do chumbo do orçamento, uma moção de censura levou, pela primeira vez, à queda de um governo regional. A região caminha, assim, para as terceiras eleições em ano e meio, nas quais Miguel Albuquerque garante que será candidato.

“O PSD-Madeira, neste momento, está fragmentado em duas partes. É preciso unir o partido. O partido está desunido desde 2012. Ainda aturei aquilo três anos. Um líder tem que unir. Não consegui unir, vim-me embora. Este está lá agarrado, não une, mas também não deslapa. Se aparecesse uma pessoa de consenso, (...), então nessa altura até aposto que com esta oposição que temos, íamos à maioria absoluta”, considera o antigo governante.

Para Alberto João Jardim, “a situação é muito complexa, eu diria mesmo surrealista”.

O adversário interno de Miguel Albuquerque, Miguel António Correia (antigo secretário do Ambiente e Recursos Naturais da Madeira) já pediu a “demissão imediata” de Albuquerque e a convocação de eleições internas no partido.

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