Sporting regressa à vitórias frente ao Boavista

Depois de quatro derrotas consecutivas, “leões” triunfaram em Alvalade por 3-2, num jogo muito difícil.

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Trincão marcou dois dos três golos do Sporting Rodrigo Antunes / REUTERS
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Para que João Pereira não continuasse a ser conhecido como “o treinador que ganhou ao Amarante”, o Sporting tinha de fazer alguma coisa. Não precisava de ser uma goleada, nem precisava de ser espectacular. Só precisava de ganhar, o que, já se sabe, não tem sido nada fácil. E não foi. Mas os “leões”, depois de quatro derrotas consecutivas, conseguiram regressar aos triunfos, um 3-2 sobre o Boavista que não foi nada tranquilo e com muitos erros. Se é o início de alguma coisa ou se irá voltar a cair, veremos o que acontece nos próximos tempos.

Pelo menos na declaração de intenções, João Pereira acertou. Era preciso ganhar e não projectar outros futuros que não fossem um triunfo sobre o Boavista. “Se” o Sporting empatar com o Boavista, “se” o Sporting perder com o Boavista, eram esses os “ses” que o técnico não queria encarar. Nunca os “leões” tinham sofrido cinco derrotas seguidas. Como iria a equipa evitar esse destino? Iria conseguir fazer essa prova de vida frente ao 15.º classificado?

O que se viu na primeira meia-hora em Alvalade sustentava essa promessa de retoma. Rapidez, verticalidade, algum excesso de urgência talvez, mas com todo o domínio, toda a intencionalidade frente a um adversário que não defendia especialmente bem, apesar de ser essa a sua única missão no relvado.

Até ao golo, os “leões” podiam ter marcado três. Aos 8’, cruzamento de Geny Catamo, para uma defesa incompleta de César, que se redimiu a desviar a recarga de Gyökeres. Aos 13’, Trincão cruzou, Gyökeres cabeceou ao lado. Aos 19’, Maxi Araújo respondeu na perfeição à solicitação de Matheus para o coração da área, mas atrapalhou-se e nem chegou a rematar. Falhanços incaracterísticos, sobretudo para o sueco, mas que faziam sentido com tudo o que se tem passado.

Aos 23’, o golo. Oferecido pelo Boavista e aproveitado pelo Sporting. A saída dos axadrezados para o ataque não foi brilhante, a bola ficou com Pedro Gomes, que fez um atraso disparatado para César. Gyökeres apareceu entre os dois e, quase na linha final, fez o golo. Mas, como se vê pela história recente, marcar primeiro não quer dizer nada. Como iria o Sporting reagir ao seu próprio golo?

Começou por falhar mais um golo, outra vez Gyökeres a falhar quase dentro da baliza depois de um excelente trabalho de João Simões (mais um bom jogo do jovem médio). Depois, sofreu o golo do empate quase em cima do intervalo. A bola chegou a Salvador Agra, o experiente extremo teve todo o espaço que quis para fazer o cruzamento (Matheus ficou a ver) e Bozenik, ainda com mais espaço, cabeceou para o 1-1, o primeiro golo do avançado eslovaco na época.

Tudo perfeitamente de acordo com o que tem sido o Sporting de João Pereira, sem saber bem o que fazer quando o adversário resolve atacar – e o Boavista nada tinha feito até marcar o golo. Desta vez, os “leões” conseguiram reagir, recuperando a vantagem aos 49’, numa boa jogada de Maxi pela esquerda, deixando para Trincão, que tinha via aberta para a baliza, fazer o 2-1.

Mais uma vez, o Sporting não soube lidar com a vantagem e o Boavista, justiça seja feita ao seu treinador Cristiano Bacci, soube como ferir o “leão” uma segunda vez. Bola alta lançada ainda antes do meio-campo por Abascal, Dabo ganhou o duelo aéreo a Geny e direcciona a jogada para Bruno Onyemaechi, que teve espaço e fez o empate aos 58’ – Israel não ficou muito bem visto neste lance.

E agora, que Sporting iria aparecer para a última meia-hora? Aquele que perde, ou aquele que ganha? Aos 66’, Quenda enviou a bola na direcção de Gyökeres, o sueco ganhou a linha e deixou para Trincão fazer o seu segundo do jogo. Seria o suficiente? Foi.

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