Ex-guarda-costas de Michael Schumacher julgado por chantagem contra família de piloto

Markus Fritsche foi contratado pouco tempo antes do acidente de esqui de Schumacher. Quando foi dispensado, recorreu a informações médicas do piloto para chantagear a família.

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Michael Schumacher, com o director técnico Ross Brawn, depois de vencer mais um Grande Prémio, em 2006 CHRISTIAN CHARISIUS/REUTERS
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O julgamento do antigo guarda-costas de Michael Schumacher, acusado de ter conspirado para chantagear a família do piloto de Fórmula 1, começou, nesta terça-feira, em Wuppertal, Alemanha.

Markus Fritsche, que foi contratado como guarda-costas de Schumacher cerca de um ano e meio antes do acidente de esqui, no qual o piloto sofreu um traumatismo craniano grave, viria a manter-se ao serviço durante os oito anos que se seguiram. Até que, quando foi dispensado, levou consigo quatro pen drives e dois discos rígidos com mais de 900 imagens, 600 vídeos e extensas notas médicas sobre Schumacher.

Segundo o Ministério Público, Fritsche terá então recrutado um amigo, Yilmaz Tozturkan, 53 anos, e o filho deste, Daniel Lins, 30 anos, especialista em informática, para chantagear a família de Michael Schumacher — pediam 15 milhões de euros para não partilharem o material na dark web. Os três homens acabaram por ser detidos: primeiro, Tozturkan e o seu filho, que foram acusados de extorsão e de cumplicidade em extorsão, respectivamente; duas semanas depois, Fritsche.

De acordo com o jornal Bild, Fritsche enfrenta “uma severa pena de prisão” se for condenado, enquanto o procurador responsável pelo caso disse que, se for considerado culpado, Tozturkan pode apanhar até 15 anos de prisão.

Antes da leitura da acusação, relata o Bild, a juíza Birgit Neubert permitiu que a mulher de Schumacher, Corinna, apresentasse uma queixa conjunta, o que lhe confere o direito de apresentar pedidos durante o julgamento, nomeadamente que o material apresentado sobre a saúde de Michael Schumacher seja selado. “Os dados a que se teve acesso são extremamente sensíveis", confirmou o procurador-geral antes do início do julgamento, citado pelo jornal alemão.

O alemão Michael Schumacher, que se celebrizou nas pistas de Fórmula 1, primeiro pela Benetton, conquistando o título em 1994 e 1995, e depois pela Scuderia Ferrari, a bordo da qual foi campeão cinco vezes consecutivas, entre 2000 e 2004, sofreu um acidente em Dezembro de 2013, enquanto esquiava fora de pista, na estância de Méribel, nos Alpes franceses.

Na altura com 44 anos e já retirado do mundo do automobilismo, o ex-piloto embateu com a cabeça numa rocha, tendo quebrado o capacete que usava, o que resultou em lesões cerebrais graves, exigindo que fosse mantido em coma durante quase meio ano. Nove meses depois do acidente, Schumacher recebeu alta, ficando aos cuidados da família. Desde então, as informações sobre o estado de saúde do antigo automobilista têm sido escassas e, só no fim de 2018, cinco anos após o fatídico acidente, foi divulgado que o atleta já respirava sem necessitar da ajuda de aparelhos.

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