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Luís Simões desenhou "uma viagem extraordinária" sem sair da cadeira
Durante o fim-de-semana do Exodus, Luís Simões desenhou, um a um, os contadores de histórias que subiram ao palco do festival.
Era uma vez... pessoas que vêem coisas, que procuram as suas próprias viagens, que preferem viajar no tempo do que no espaço. Era uma vez pessoas que contam histórias — que não são suas, mas que inevitavelmente acabam por ser suas também.
Era uma vez um ilustrador que durante três dias trocou o selim da sua bicicleta por uma cadeira (ou um degrau) nas primeiras filas da plateia do Exodus Aveiro Fest, olhos nos olhos com os palestrantes, outros exploradores, os contadores de histórias ambulantes dos nossos tempos — de viagens que são verdadeiros filmes, de feminismo e de colonialismo, de morte, de guerra (e "a guerra muda tudo", Ricardo Garcia Vilanova), de água envenenada e de um planeta intoxicado por pessoas ambiciosas, ávidas de tudo e de nada. À sua frente, à nossa frente, no palco, o "storytelling é um super-herói" (Aishwarya Sridhar). Não arredamos pé. Somos receptores e também nos sentimos transmissores dessas histórias. Apropriamo-nos. Seguimos viagem na rota dos povos.
Era uma vez "mais uma viagem extraordinária, com os pés bem assentes no nosso planeta", resume Luís Simões, continentes de desenhos a bordo do projecto World Sketching Tour (e que também andou a Desenhar Portugal em Bicicleta). "É simplesmente impossível ficarmos indiferentes às histórias cativantes que ecoaram ao longo destes dois dias, deixando-nos claro que é urgente abraçarmos a nossa humanidade e deixarmos para trás comportamentos de rebanho selvagem. E se optarmos por sermos selvagens, que seja à imagem da bicharada, onde a única missão é sobreviver em perfeita harmonia entre as diferentes espécies."
Um olho no palco, o outro no tablet, Luís dedicou dez, quinze minutos a cada sketch, a cada contador. Teve o apoio de algumas pessoas que crivaram a informação (nomeadamente, Luísa Pinto e Toca Narciso), capturando a essência das palestras imortalizada nesta colecção de desenhos.
Era uma vez a imagem como prova do crime ("temos muitas perguntas, mas não temos respostas", Eric Bouvet), como prova da memória de uma viagem à terra dos nossos avós. "As histórias importantes podem estar ao nosso lado"(Maria Abranches).