Príncipe Harry vai ter de esperar por 2026 para ver acção contra Daily Mail chegar a tribunal

Harry, o filho mais novo do rei Carlos, Elton John e os outros cinco queixosos acusam a ANL, que publica o Daily Mail e o Mail on Sunday, de escutas telefónicas ilegais.

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A última audiência de acção judicial do príncipe Harry e outros contra a Associated Newspapers decorreu em Londres TOLGA AKMEN/EPA
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O caso que opõe o príncipe Harry, o cantor Elton John e cinco outras personalidades britânicas à editora do jornal Daily Mail vai chegar a tribunal no início de 2026, avançou, nesta terça-feira, o Supremo Tribunal de Londres, com os custos legais das partes fixados em mais de 38 milhões de libras (45,5 milhões de euros).

Harry, o filho mais novo do rei Carlos, e os outros queixosos acusam a ANL, que publica o Daily Mail e o Mail on Sunday, de escutas telefónicas ilegais e outras violações graves de privacidade que remontam a 30 anos. A ANL sempre negou o seu envolvimento em práticas ilícitas.

A Associated nega qualquer envolvimento em práticas ilegais, tendo os advogados declarado nos autos de uma audiência preliminar, na terça-feira, que as alegações dos queixosos eram “firmemente negadas”.

A tentativa da editora de fazer cair os processos foi rejeitada no ano passado, abrindo caminho para um julgamento.

Os advogados que representam os queixosos, que incluem também as actrizes Elizabeth Hurley e Sadie Frost, esperam gastar cerca de 18,4 milhões de libras (22 milhões de euros) até ao julgamento, com a Associated a incorrer em quase 20 milhões de libras (perto de 24 milhões de euros), de acordo com documentos judiciais divulgados na terça-feira.

As acções judiciais de Harry e dos outros queixosos, que foram apresentadas em 2022, marcaram a primeira vez que a Associated foi arrastada para o escândalo das escutas telefónicas, que surgiu há mais de uma década e gerou um inquérito público sobre a ética da imprensa.

Também gerou litígios contra o braço jornalístico britânico de Rupert Murdoch, a News Group Newspapers, e a editora do Daily Mirror, Mirror Group Newspapers (MGN).

O caso de Harry contra a Associated é um dos vários que o duque de Sussex moveu contra os tablóides britânicos, no âmbito da sua “missão” de expurgar executivos e editores que acusa de espalhar mentiras e de se intrometer na vida das pessoas.

O príncipe aceitou indemnizações substanciais da MGN para resolver o resto do seu processo de escutas telefónicas, tendo recebido 140.600 libras (cerca de 168.500 mil euros) depois de o Supremo Tribunal ter decidido que tinha sido perseguido por jornalistas. O caso de Harry contra o News Group Newspapers deverá ir a julgamento em Janeiro.