La Liste lista os mil melhores restaurantes do mundo. Portugal aparece dez vezes

O Ocean, de Hans Neuner, lidera a lista dos restaurantes portugueses entre os mil considerados os melhores do mundo. Sistema tem como base um algoritmo, o que o distingue de outros rankings.

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The Ocean, no Algarve, é o mais bem cotado dos restaurantes em Portugal. Aqui, Hans Neuner com a sua equipa, que um restaurante não é só o seu chef dr
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São dez os restaurantes portugueses entre mil, que é o número de estabelecimentos destacados como os “melhores do mundo” pela La Liste, a lista criada por França como resposta a outros rankings mundiais como o The World 50 Best Restaurants.

Na segunda-feira à noite foram conhecidos os mil restaurantes que compõem a lista de 2025, formada com a ajuda de um algoritmo que analisa 1100 publicações, guias, jornais, revistas e avaliações online, de 200 países, num sistema que se pretende mais rigoroso que o das listas dependentes da votação de especialistas e que “leva em conta os compromissos ambientais e sociais dos estabelecimentos”.

A liderar a representação portuguesa está o Ocean (duas estrelas Michelin), do Vila Vita Parc, em Porches, Algarve, cuja cozinha é chefiada pelo austríaco Hans Neuner (com 97,50%). Seguem-se o Vila Joya (duas estrelas) também no Algarve, Albufeira, e também com um chef austríaco, Dieter Koschina; o Belcanto (duas estrelas) de José Avillez, em Lisboa, o The Yeatman (duas estrelas) de Ricardo Costa, em Vila Nova de Gaia; o Feitoria (uma estrela) de André Cruz, em Lisboa; a Fortaleza do Guincho (uma estrela), de Gil Fernandes, em Cascais; o Alma (duas estrelas) de Henrique Sá Pessoa, em Lisboa; a Casa de Chá da Boa Nova (duas estrelas) de Rui Paula, em Leça da Palmeira; o Il Gallo d’Oro (duas estrelas) de Benoît Sinthon, no Funchal, e o Antiqvvm (duas estrelas), de Vitor Matos, no Porto (com 75,50%).

Há, portanto, um claro alinhamento do La Liste com as estrelas Michelin, o que se percebe dado que os restaurantes são distinguidos a partir do número de referências positivas que têm. Outra particularidade deste ranking é o facto de no topo não estar um, ou três restaurantes, mas sim nove. São eles (todos com uma pontuação de 99,50%) o Cheval Blanc by Peter Knogl, Basileia, Suíça; Guy Savoy, Paris, França; L’Enclume de Simon Rogan, Grange-over-Sands, Reino Unido; La Vague d’Or – le Cheval Blanc, Saint-Tropez, França; Le Bernardin, Nova Iorque, EUA; Lung King Heen, Hong Kong, China; Matsukawa, Minato-ku, Japão; Schwarzwaldstube, Baiersbronn, Alemanha: e Single Thread, Healdsburg, EUA.

O comunicado de imprensa que anuncia a lista sublinha que os EUA já têm no ranking o mesmo número de restaurantes que França – uma nota relevante quando se sabe que a criação da La Liste foi uma iniciativa lançada em 2015 pelo então ministro dos Negócios Estrangeiros francês Laurent Fabius, com vista a dar à restauração francesa uma visibilidade que os 50 Best não lhe garantiam.

Tal como existem estrelas (Michelin), facas (The Best Chef), sóis (Repsol), a La Liste tem coroas, classificando os restaurantes em três categorias: no top 1000 estão os restaurantes com 3 a 5 coroas; aos quais se seguem os de "alta qualidade" com duas coroas e as "descobertas locais" com uma coroa (existe um site e também uma app, com informação sobre os restaurantes, assim como 3000 pastelarias e 7000 hotéis).

A La Liste dá também prémios especiais, e este ano, entre vários outros, destacou Inglaterra como o Novo Destino Campeão. Por último, divulgou uma lista das tendências gastronómicas que incluem o “reconhecimento da gastronomia como uma forma de arte” com a eleição, em 2024, do chef Guy Savoy (do restaurante com o mesmo nome, em Paris) para a Academia das Belas-Artes.

Outros pontos interessantes entre as tendências identificadas são, no que diz respeito à “crise e transformação da gastronomia”, o encerramento de muitos restaurantes (16% dos que integravam a categoria “cozinha excepcional” da La Liste) “devido à inflação e à subida dos preços da energia. Regista-se também uma “crescente frustração” dos clientes com menus de degustação iguais para todos. E há sinais de mudança: “Os restaurantes de sucesso entendem que o seu papel é criar pratos memoráveis, e não impor a sua visão”.

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