Trump planeia ordenar investigação aos resultados das eleições presidenciais de 2020

Presidente-eleito pondera ainda despedir todos os funcionários que trabalharam com o procurador especial Jack Smith em investigações federais que o visaram, noticia o Washington Post.

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Donald Trump durante o lançamento do foguetão SpaceX Starship em Brownsville, no Texas, dia 19 de Novembro Brandon Bell / VIA REUTERS
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O Presidente-eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, planeia constituir equipas de investigação no Departamento de Justiça para procurar provas de alegada fraude eleitoral durante as presidenciais de 2020. A informação é avançada pelo jornal Washington Post, que cita fonte próxima da equipa de transição do vencedor das eleições norte-americanas de 5 de Novembro.

Ao longo dos últimos quatro anos, e mesmo durante a última campanha, Trump tem recusado assumir a derrota para o democrata Joe Biden em 2020, declarando-se vítima de fraude eleitoral. A investigação que poderá agora surgir centrar-se-á no processo de voto e de apuramento de resultados nos estados-decisivos que então ditaram a derrota do republicano.

O mesmo diário noticia esta sexta-feira que Trump pretende despedir toda a equipa de investigadores que trabalhou com o procurador especial Jack Smith, que investigou o Presidente-eleito nos casos da sonegação de documentos secretos e da invasão do Capitólio, e que deverá afastar-se voluntariamente das suas funções em Janeiro, antes da tomada de posse do republicano, que prometeu despedi-lo "em dois segundos". O primeiro processo foi arquivado, numa decisão passível de recurso, enquanto o segundo foi objecto de um pedido de Smith para a sua suspensão, dada a "circunstância sem precedentes" da vitória eleitoral do visado.

Em causa estão dezenas de procuradores, agentes do FBI e funcionários administrativos que foram temporariamente nomeados para o gabinete de Smith e que, agora, arriscam não regressar aos seus postos de origem. Despedi-los, no entanto, não será fácil. A Administração Biden revogou um decreto emitido durante o primeiro mandato de Trump que facilitava o despedimento discricionário de funcionários públicos, e reforçou as garantias legais em torno dos seus postos de trabalho. Trump prometeu voltar a assinar o decreto revogado, conhecido como Schedule F, mas as alterações legais introduzidas pelos democratas deverão dificultar os planos do republicano para punir e afastar funcionários, fazendo antever uma longa batalha nos tribunais.

Smith, que pretende terminar as suas funções nas duas investigações federais que dirigiu contra Trump até ao final do mandato de Joe Biden, deverá igualmente concluir nas próximas semanas um relatório legalmente exigido pelo Departamento de Justiça onde o procurador especial terá de justificar detalhadamente as acusações feitas - tanto as que constaram dos despachos de acusação, como as que caíram. Se o relatório ficar concluído a tempo de ainda ser revisto pelo actual procurador-geral, Merrick Garland, este poderá autorizar a sua divulgação pública. Caso transite para a próxima Administração, é provável o seu arquivamento ou uma profunda revisão já pela mão da provável futura procuradora-geral republicana Pam Bondi.

Questionada pelo Washington Post sobre os dois alegados planos, a futura porta-voz de Donald Trump na Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o Presidente-eleito "fez campanha com [a promessa de] despedir burocratas rebeldes que participaram na instrumentalização ilegal do sistema de justiça norte-americano, e os americanos podem esperar que ele vai cumprir essa promessa".

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