Montenegro promete mais camas para estudantes para combater preços “de hotéis de cinco estrelas”

Universidade de Lisboa inaugurou mais 123 camas na Residência Ventura Terra no Campus da Ajuda. Luís Montenegro comparou preços do alojamento estudantil aos de hotéis de cinco estrelas.

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Inauguração da residência universitária do Campus da Ajuda Nuno Ferreira Santos
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Luís Montenegro, Fernando Alexandre e Carlos Moedas a destapar a placa que nomeia a residência Nuno Ferreira Santos
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“Onde é que vou morar? Como é que vou suportar todos os custos de viver em Lisboa?”, eram as questões com que André Freitas, estudante deslocado da Madeira, se deparou antes de ir estudar para Lisboa. Há quatro anos que vive na Residência Ventura Terra, no Campus da Ajuda,​ e considera-se “um sortudo”, uma vez que a oferta de alojamento universitário na cidade “está longe de responder às necessidades dos estudantes”.

Desenhada por uma equipa do atelier de arquitectura CVDB, a Residência Ventura Terra alberga agora um total de 307 camas, 123 acrescentadas com o alargamento de uma segunda fase da obra, e cozinhas equipadas em todos os cinco pisos. O projecto foi executado pelo Programa Nacional de Alojamento para o Ensino Superior (PNAES), com apoio dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e custou 2 milhões e 400 mil euros.

A inauguração foi esta quinta-feira, 21 de Novembro, pelas 17h30, com a recepção da ArquiteTuna, da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa (UL), que tocou e cantou alguns clássicos do seu repertório académico até à chegada de todos os convidados. Enquanto o ministro da Educação, Fernando Alexandre, o presidente da autarquia de Lisboa, Carlos Moedas, e o reitor da instituição, Luís Ferreira, dialogavam entre holofotes, juntou-se o primeiro-ministro, Luís Montenegro, que comparou os preços do alojamento estudantil privado aos de hotéis de cinco estrelas.

“Se nós fôssemos fazer a conta ao valor intrínseco daquele pequeno espaço, é se calhar superior ao valor que se paga num hotel cinco estrelas, quando se arrenda uma suíte que tem muito mais espaço, que tem muito mais disponibilidade para, no fundo, dar e acolher de forma condigna o visitante”, disse.

Luís Montenegro quis salientar que “para garantir a democracia e a justiça social é importante que haja crescimento económico, que os poderes públicos tenham recursos para continuar a promover a igualdade de oportunidades”. O primeiro-ministro garante que só se obtém esses meios com a capacidade de exponenciar talento e, depois, ao traduzi-lo “em riqueza”.

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Visita às novas instalações Nuno Ferreira Santos

É através dessa lógica que Montenegro faz a ponte com os alojamentos estudantis. Acredita que esses recursos permitam abrir portas a alunos deslocados e a estrangeiros. “Nós queremos que fiquem em Portugal, também a fortalecer os nossos recursos humanos”, declarou. O primeiro-ministro garantiu que os poderes políticos estão “empenhadíssimos em fazer ainda mais (residências) no futuro”, acrescentando que vai haver “muitas, novas ou renovadas, nos próximos anos, em particular no próximo ano”.

No momento de boas-vindas, o reitor disse: “Estudantes talentosos que se viam privados de estudar na UL têm agora melhores condições para o fazer.” Reflectiu ainda sobre a importância da visão do arquitecto Miguel Ventura Terra – responsável pelo desenho do Liceu Luís de Camões – para o ensino português e que deu nome à residência inaugurada, em tom de homenagem.

“Não há maior injustiça do que um estudante que tem tudo menos casa”, proferiu Carlos Moedas, enquanto se recordava da altura em que ele era também um jovem estudante chegado à capital. Contou que, nessa altura, “havia apenas uma residência”, para a qual pagava “seis contos” (30 euros). “Eram os 30 euros mais difíceis que a minha família tinha de pagar”, sublinhou.

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Algumas das, agora, 307 camas disponíveis no edifício Nuno Ferreira Santos

Ao falar das residências que o executivo municipal tem inaugurado, como as de Benfica e Marvila, o autarca revelou a possibilidade de se construírem mais 400 camas num terreno próximo do Campus da Ajuda. “Temos de nos unir para conseguir mais residências. Não interessa se são públicos ou privados [a construir]. Temos de resolver o problema”, reforçou ainda, ao mencionar que existem actualmente 50 mil estudantes deslocados em Lisboa.

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